O cidadão marroquino acusado de recrutar, em Portugal, operacionais para o Estado Islâmico foi condenado a 12 anos de prisão, em cúmulo jurídico.
Abdesselam Tazi, de 65 anos, respondia por oito crimes: adesão a organização terrorista internacional, falsificação com vista ao terrorismo, recrutamento para o terrorismo, financiamento do terrorismo e quatro crimes de uso de documento falso com vista ao financiamento do terrorismo.
Não ficou provado apenas o crime de adesão a organização terrorista internacional, tendo sido condenado pelos outros sete.
Tazi estava em prisão preventiva desde 23 de março de 2017 na cadeia de alta segurança de Monsanto, em Lisboa.
Nas alegações finais, que decorreram em 04 de junho, a defesa pediu a absolvição do seu constituinte de todos os crimes relacionados com terrorismo, enquanto o Ministério Público pediu pena efetiva, considerando provado que o arguido recrutava operacionais para o EI no Centro de Acolhimento para Refugiados (CAR), na Bobadela, concelho de Loures.
A procuradora do MP Cristina Janeiro alegou que Tazi é uma pessoa "inteligente, com um perfil diferenciado", que recrutava, radicalizava e dava apoio financeiro a jovens marroquinos que chegavam a Portugal, com o objetivo de virem a integrar as fileiras do Daesh (acrónimo árabe do grupo extremista EI), para combaterem na Síria, nomeadamente Hicham El Hanafi, que morou com o arguido em Aveiro.
Cerca de três meses após terem sido acolhidos no CAR, Abdesselam Tazi e Hicham El Hanafi [detido em França desde 20 de novembro de 2016 por envolvimento na preparação de um atentado terrorista] foram enviados para Aveiro, cidade onde passaram a residir e a ser acompanhados pela Segurança Social.
Texto: Lusa