Para já não é possível falar em efeito “contágio” mas os sindicatos avisam que se a administração não conversar com os trabalhadores a greve será sempre um recurso legítimo tal como na Autoeuropa.
Três federações sindicais (Fiequimetal-CGTP-IN, FTM-CGT e CCOO INDUSTRIA) estiveram representadas no contacto com trabalhadores da Renault Cacia e revelam preocupação pelo aumento dos ritmos de trabalho no setor automóvel.
Atendendo ao histórico recente de braço de ferro na Autoeuropa, em Palmela, admite-se que estes movimentos em Cacia possam significar agitação laboral no médio-prazo. Os trabalhadores do setor automóvel afirmam dificuldade em compatibilizar a vida familiar e laboral e a necessidade de mão de obra aos fins-de-semana pode agravar o quadro de luta.
Adelino Nunes, da União de Sindicatos de Aveiro, lamenta que o encontro de ontem destinado a conhecer as condições de trabalho não tenha sido possível no interior das instalações da Renault Cacia.
Afirma que os sindicatos não receiam as críticas dirigidas pela opinião pública no caso de Palmela como não se deixam condicionar caso os trabalhadores decidam avançar para a greve em Cacia (com áudio).
Os ritmos de trabalho surgem como um dos focos de preocupação. “A nossa convicção comum é a de que com o trabalho coletivo em defesa dos interesses dos trabalhadores, é possível que as empresas equilibrem e melhorem a sua competitividade com a participação e envolvimento dos representantes sindicais e dos trabalhadores”.