A Ria Blades vai investir 16 milhões de euros na expansão da fábrica de Vagos que constrói pás eólicas, criando 400 novos postos de trabalho diretos e reforçando a condição de maior empregador do concelho. Será a quarta fase de expansão da empresa instalada desde 2009 na Zona Industrial de Soza, subindo para perto de cem milhões de euros o investimento total (metade dessa verba foi investida nas instalações originais) de uma empresa que tem um volume de negócios anual superior a 68 milhões de euros e que emprega atualmente 1.100 pessoas.
Esta quarta fase de expansão é justificada pela produção para exportação de um novo modelo de pá eólica, com 68,5 metros de extensão, usada em máquinas onshore (situadas em terra) com capacidade superior a 3MW (megawatts). "Este é mais um significativo investimento para o concelho de Vagos, que decerto terá reflexos na economia local, não só pela dinâmica criada em torno da edificação, mas também com a criação no futuro de mais postos de trabalho", refere Silvério Regalado, presidente da Câmara Municipal de Vagos, entidade licenciadora das novas instalações.
A expansão da Ria Blades será feita dentro dos 40 hectares de terrenos que a empresa adquiriu em 2008 na Zona Industrial de Soza e deverá ficar concluída no final de 2017. Nessa altura, a Ria Blades empregará 1.500 trabalhadores, passando a ser um dos maiores empregadores da região Centro e o maior do concelho de Vagos. "É um orgulho para Vagos acolher uma empresa desta dimensão e com este peso na economia nacional", refere Silvério Regalado, dizendo que investimentos como os da Ria Blades demonstram que a autarquia "fez a opção correta" quando elegeu a economia como a área de intervenção mais importante no Plano Estratégico do concelho.
O autarca diz que "Vagos está em processo acelerado de mudança da sua matriz sociológica", tendo deixado de ser marcadamente rural para passar a acolher unidades industriais e de serviços. "Em 30 anos passámos de concelho rural a município fortemente industrializado, com um volume de negócios anual de 422 milhões de euros e uma taxa de desemprego mais baixa do que a média nacional", resume Regalado, citando dados do Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP), que apontam para a existência em setembro de 595 desempregados no concelho, e de um estudo ao tecido empresarial encomendado pela câmara municipal.
Essa mudança reflete-se também no ranking nacional dos 308 municípios portugueses, onde Vagos surge agora na 103.ª posição em número de empresas, 97.ª em volume de negócios, 109.ª posição em empregados e 63.ª em volume de exportação.
Uma consulta aos números disponibilizados pela Pordata, base de dados sobre Portugal contemporâneo, organizada pela Fundação Francisco Manuel dos Santos, revela também que a população do concelho aumentou nos últimos 15 anos, em contraciclo com o resto do país. "Vamos continuar a atrair empresas ao concelho, como meio de criar emprego e riqueza", promete o autarca, salientando que estão em fase de conclusão mais dois grandes investimentos.
Na Zona Industrial de Soza estão "prestes a abrir" as novas instalações da Centrauto, um investimento de 15 milhões de euros que vai criar 70 postos de trabalho, feito por uma empresa com raízes vaguenses que se tem distinguido na comercialização e distribuição de peças para automóveis e motociclos.
Na Zona Industrial de Vagos, a empresa exportadora de artigos de cerâmica Grestel está a investir nove milhões de euros numa terceira unidade que vai criar 150 empregos e deverá entrar em funcionamento em março.