O complexo Militar de São Jacinto abre-se ao turismo num regime de visitas que está a ser trabalhado pela Turismo do Centro, pela Câmara de Aveiro e pelo Regimento de Infantaria 10 como resultado de um acordo celebrado entre a autarquia e o RI10, representado pelo tenente-general António Menezes (comandante das forças terrestres) em representação do Chefe de Estado Maior do Exército, aproveitando uma história de 97 anos com passagem pelos três ramos das Forças Armadas (Marinha, Força Aérea e Exército).
O responsável pela Área, José Carlos Sobreira, que assumiu funções há 9 meses, afirma-se rendido às condições naturais de São Jacinto e admite que a abertura de portas é um desafio coletivo. “Os civis quando entrarem entram em lugares apropriados mas o mais importante disto é a aproximação do exército à população. É mais uma iniciativa. As comemorações foram alargadas e a intenção é levar o RI 10 à população. Por isso vamos estar aqui no Centro de Congressos esta sexta no dia do RI10. No sábado queremos levar a população à Unidade”.
Valorizado pela geolocalização e pela marca que confere à comunidade de São Jacinto cuja identidade como povoação piscatória se entrecruza com a presença militar, a autarquia diz que este passo é uma conquista que interessa às duas partes. “A unidade tem área museológica. Agora é preciso organizar e colocar essa área no produto turístico RI10. É trabalho para conquistar turistas. É importante para Aveiro e para o Exército como elemento de marketing da arma”, sublinhou Ribau Esteves.
O acesso ao molhe norte, agora prolongado em 200 metros, e o acesso para visita à Área Militar que inclui espólio museológico são apostas assumidas. A Câmara de Aveiro acentua “a importância do acesso privilegiado ao mar e à ria, a integração na Reserva Natural das Dunas de São Jacinto, a existência de um conjunto de equipamentos culturais, desportivos e recreativos nas imediações, para além da zona balnear”.
“Simultaneamente, representa uma estratégia de desenvolvimento e fomenta o estreitar de relação entre o equipamento militar, a população local e as entidades oficiais que gerem o território, para além de dar ênfase a São Jacinto e de contribuir para o melhoramento das acessibilidades”.
Com a parceria agora formalizada, é garantido o melhoramento do estradão pedonal que delimita o complexo militar com a duna a poente da unidade militar, e das condições de segurança da unidade, permitindo o acesso público ao Molhe Norte da barra de Aveiro, de acordo com os padrões do Exército. São Jacinto candidata-se à futura Rede Nacional de Roteiros de História Militar e garante a reposição do monumento à Aviação Naval.
Com o acordo há também aposta na melhoria das acessibilidades e otimização das condições de travessia do Forte da Barra para São Jacinto, nomeadamente da modernização das embarcações e cais de embarque. Sendo um acordo que aproxima autarquia e RI10, surge no horizonte a aposta de trabalhar pelo regresso da avião civil a São Jacinto onde o aeroclube teve presença mas deixou de ter depois do Exército ter denunciado o contrato.
“O Exército resolveu o contrato em 2002. Ficou aberto nessa resolução a criação de um grupo de trabalho. Mas primeiro há que fechar coisas que estão por resolver como a retirada de material”. explica José Carlos Sobreira.
Ribau Esteves assume que as conversas estão em desenvolvimento e vão depender de estudos mais aprofundados para perceber as dinâmicas da ocupação militar e o espaço que pode surgir para o regresso do aeroclube.
Aveiro acolhe a Cerimónia Militar de celebração do aniversário do Regimento de Infantaria 10 de São Jacinto. Sessão esta sexta a partir das 10h30 com o Balão das Tropas Paraquedistas, seguindo-se Cerimónia Militar pelas 11h00. O dia continua com saltos de paraquedas pelas 12h00 e exposições da 1.ª Grande Guerra e de material das Tropas Paraquedistas.