No ano em que Carlos Candal completaria 80 anos de vida, o PS Aveiro quis recordar o traço e personalidade do homem, do advogado e do político e a sessão solene deixou vincada essa marca.
Indomável e homem de causas são apenas alguns dos sinais que ficam do legado de Candal que nunca se ajoelhou perante o centralismo de Lisboa. Foi mesmo guardião da marca aveirense.
Essa traça foi elogiada pelo filho de Candal. Afonso, também ele um antigo político ao serviço do PS, via nesse carácter indomável uma das marcas do pai.
"Sempre foi uma pessoa indomável. Nunca se deixou domar fosse por quem fosse, em que momento fosse e por que razão fosse".
Sessão com intervenções de Ana Maria Seiça Neves, Luís Souto de Miranda, Filipe Neto Brandão, e do Bastonário da Ordem dos Advogados, Guilherme Coelho dos Santos Figueiredo.
"Andei literalmente ao colo de Candal. Essas minhas memórias não turvam a minha visão da importância do homem. Era um aveirense, republicano convicto. Esteve na primeira vitória perante a ditadura, na geração de 1962, na candidatura à direção geral da Associação Académica. Lutou pela liberdade e viveu em liberdade".
Afonso Candal lembrou que também nesse papel de advogado o pai era diferente. Na residência de família, na avenida Dr. Lourenço Peixinho, era frequente receber em géneros o pagamento pelos serviços prestados (com áudio)
Luís Souto, presidente da Assembleia Municipal quis deixar vincada a força de Candal e o exemplo que deixou. O presidente da Assembleia Municipal de Aveiro afirma que depois do fim dos distritos também as regiões e sub regiões exigem defesa para não acabarem de igual forma (com áudio)
Este momento evocativo conta ainda com uma exposição no Museu da Cidade com curadoria de Acácio Rodrigues.
A voz de Canal fez-se ouvir. O antigo deputado e presidente de Assembleia Municipal foi recordado num desses traços tão característicos (com áudio)
Alberto Souto, antigo presidente da Câmara de Aveiro e atual secretário de Estado do Governo PS liderado por António Costa, lamentou não ter sido convidado para a sessão.
Escreveu um texto evocativo e lamenta não ter sido chamado a participar na sessão depois de 8 anos em que teve Carlos Candal como presidente da Assembleia Municipal.
“Esta tarde não vou falar na homenagem a Carlos Candal, meu Presidente da Assembleia Municipal durante 8 anos. Há esquecimentos e esquecimentos. É já o terceiro. Mas não esqueço eu”.
O antigo autarca recorda um “parlamentar frontal e de verbo felino, mordaz e desconcertante, elegante e tonitruante, culto e repentino, de inteligência cintilante e fino sentido de humor”.
Souto diz que se trata de um “bairrista que, zeloso, verberava as aves de arribação de Lisboa e os desmandos da desorganização administrativa do País. Não é que tivesse sempre razão, mas punha sempre muita convicção na razão que tinha”.