MP arquiva caso da mulher que despareceu no mar da Costa Nova.

O Ministério Público arquivou o caso da mulher que há oito meses desapareceu no mar da Costa Nova numa noite de ritual a Iemanjá. O despacho de arquivamento, a que a agência Lusa teve acesso, conclui que não foram encontrados indícios de crime. 

As testemunhas ouvidas não terão deixado sinais de que possa ter existido um quadro de “coação" sobre a vítima ou "qualquer estado incapacitante relativo à mesma".

Os factos ocorreram em 2 de fevereiro de 2017, numa altura em que o mar estava perigoso, com avisos meteorológicos a alertar a população para não se aproximar da linha de costa.

Mesmo assim, um grupo de dez pessoas de Viseu e Tondela, onde se encontrava a vítima, decidiu deslocar-se ao final da tarde desse dia até à praia da Costa Nova, em Ílhavo, para participar num ritual a Iemanjá, uma das “divindades” afro-brasileiras mais populares.

Quando chegaram ao areal, três dos participantes aproximaram-se da linha de água para colocar um barco com oferendas no mar, quando foram surpreendidos por uma onda muito forte que os derrubou.

Uma dessas pessoas conseguiu sair da água pelo próprio pé, uma outra precisou de auxílio de terceiros para sair do mar e a terceira desapareceu.

Os investigadores referem ainda que "pelas circunstâncias de perigo existentes no momento dos factos, não seria exigível aos presentes no local que se lançassem ao mar em socorro da vítima, dado que se colocariam em grave risco para a sua própria vida".