O Movimento Amigos da Ria de Aveiro pede uma intervenção corretiva à Polis nos taludes de retenção de sedimentos que estão a deixar regressar areias e lodos ao leito da ria após as dragagens.
Três meses após a sua colocação na ensecadeira construída junto à ponte Juncal Ancho, em Ílhavo, começa a notar-se a degradação e o escorrimento de dragados.
Segundo técnicos consultados pelo MARIA, o facto de os taludes de retenção de dragados ficarem abaixo do nível médio dos preia-mar faz com que uma parte dos sedimentos ali depositados deslizem para o leito da Ria por ação das correntes de maré.
De acordo com os especialistas, os taludes, construídos com recurso a estacaria unida por tabuado, deveriam, em todas as circunstâncias, permanecer cerca de 50 centímetros acima do maior preia-mar previsto para permitir a consolidação dos dragados e evitar à ação do vento e das correntes de maré sobre os sedimentos.
O problema repete-se na zona do Lago do Paraíso, em Aveiro, onde os trabalhos de dragagem ainda não se iniciaram, mas onde está já cravada a estacaria que irá suportar o tabuado da ensecadeira.
O apelo à correção já foi dirigido à Sociedade Polis Litoral da Ria de Aveiro pelo presidente da Associação Náutica e Recreativa da Gafanha da Nazaré, Humberto Rocha, na sua dupla qualidade de dirigente associativo e membro fundador do Movimento MARIA.