Greve de médicos em Portugal.
Dois dias que podem ser de perturbação nos serviços e que voltam a dar sinal ao Governo sobre o impasse nas negociações.
Há manifestações agendadas em várias cidades esta terça e greve ao trabalho suplementar nos Cuidados de Saúde Primários até 31 de Agosto.
A Federação Nacional de Médicos diz que tem havido “intransigência” do Ministério da Saúde liderado por Ana Paula Martins “em aceitar negociar soluções que sejam verdadeiramente capazes de atrair médicos para o SNS, como a negociação das grelhas salariais base a tempo da inscrição no próximo Orçamento de Estado e a melhoria das condições de trabalho”.
A FNAM diz ter aceitado todos os temas propostos pelo MS no protocolo negocial.
Temas como a revisão do sistema de avaliação, da formação no âmbito do internato médico e das normas particulares de organização do trabalho médico foram tema de conversa mas sem integrar as soluções da FNAM.
Diz ainda que não houve negociação das grelhas salariais adiando-a para 2025 o que segundo os médicos impede a recuperação do poder de compra perdido na última década na casa dos 18,5%, a maior na Administração Pública e que, segundo a FAM, mantém os médicos portugueses “entre os médicos mais mal pagos a nível europeu”.
“Além disso, mantiveram a intransigência de não aceitar a discussão da revisão do período normal de trabalho semanal tendo em vista a reposição das 35 horas e a reintegração do internato na carreira médica, medidas que não teriam qualquer impacto orçamental negativo”.