João Rocha, investigador da Universidade de Aveiro (UA), recebeu a Medalha de Mérito Científico atribuída pelo Estado Português.
O galardão, uma iniciativa instituída pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, premeia as individualidades, nacionais ou estrangeiras que, pelas “elevadas qualidades profissionais” e de “cumprimentos de dever”, se tenham distinguido por “valiosos e excecional” contributo para o desenvolvimento da ciência ou da cultura científica em Portugal.
“Este reconhecimento estende-se ao meu grupo de investigação, presente e passado, ao CICECO e à UA”, congratula-se João Rocha, investigador do Instituto de Materiais de Aveiro, uma das unidades de investigação da Academia de Aveiro.
Professor catedrático no Departamento de Química da UA, João Rocha é diretor do Centro Português de Ressonância Magnética Nuclear.
Fundou e dirigiu o CICECO de 2002 a 2022. Doutorou-se em 1990 pela Universidade de Cambridge onde também realizou o pós-doutoramento.
O investigador interessa-se, especialmente, em química de nanomateriais porosos, catalisadores, materiais emissores de luz e materiais para baterias e um dos marcos da sua carreira é um dos materiais que desenvolveu.
Trata-se de um fármaco que é, atualmente, utilizado para tratar o excesso de potássio no sangue, disponível no mercado europeu e americano.
A distinção, atribuída após parecer da Fundação para a Ciência e Tecnologia e da Agência Nacional para a cultura científica e tecnológica - Ciência Viva, já premiou, desde 2022, personalidades de várias áreas como Ana Luísa Amaral, Carlos Fiolhais, Luíza Cortesão, Walter Osswald, Álvaro Siza-Vieira, príncipe Hussain Aga Khan, Manuela Veloso, João Manuel Nabeiro, Ricardo Conde ou Maria José Fernandes.
João Rocha espera que dada a sua notoriedade e ampla divulgação, bem como os cientistas que o receberam, o prémio possa também contribuir para “dar mais visibilidade ao excelente trabalho realizado em Portugal nos domínios da Química e da Ciência dos Materiais”.
Quando questionado sobre quais os pontos mais importantes que permitem trilhar um caminho de exemplo na ciência, o diretor do recentemente inaugurado Centro Português de Ressonância Magnética enumera “paixão pela ciência, o que implica ler muito para além da área em que se trabalha; criatividade, que pode ser estimulada pela grande literatura, poesia e pelas diversas formas de expressão artística; alguma ambição pessoal e um ego moderado”.