O presidente da Fundação Gil Eanes anuncia a apresentação, em Viana do Castelo, do documentário “Nos Mares da Memória”, em finais de janeiro, aquando do aniversário do regresso do Navio Gil Eannes à cidade que o viu nascer. José Maria Costa deixou a garantia durante a estreia nacional do documentário no Museu Marítimo de Ílhavo.
A obra que tem realização de Rui Bela e guião de Senos da Fonseca é dedicada à história da pesca do bacalhau enobrecida pelos portugueses. Iniciativa que contou com a presença de autarcas locais, do Presidente da Fundação Gil Eannes acompanhado por membro da Administração e muitos curiosos da temática, historiadores e protagonistas da faina do bacalhau. A sessão confirmou o interesse que o tema desperta nas pessoas.
“Nos Mares da Memória - estórias de uma faina maior” contou com a colaboração de especialistas desta área da saga dos bacalhaus, nomeadamente, Senos da Fonseca, Valdemar Aveiro, António Marques da Silva, Vitorino Ramalheira, João David Marques, todos com obra publicada sobre múltiplas facetas e ainda, em parceria com a Fundação Gil Eannes e a Câmara Municipal de Viana do Castelo, que reconheceram neste trabalho a importância destacada pelos Vianenses que marcaram a história dos grandes navegadores e da pesca do bacalhau.
O realizador referiu que “se Portugal tivesse que enumerar alguns dos seus feitos mais gloriosos, a descoberta dos mares gelados da Terra Nova e da Gronelândia, bem como a pesca do bacalhau no século XV, seriam seguramente dois deles”. E acrescentou que, ao longo de cinco séculos de história, “os portugueses levaram mais longe o conhecimento nas artes da navegação e da pesca”.
Rui Bela deixou provas neste trabalho que os portugueses foram “os primeiros colonizadores dessas terras tão longínquas”, onde “deixaram marcas profundas na cultura local”, nomeadamente o Vianense João Alvares Fagundes considerado o primeiro colonizador da Terra Nova e salientou a inovação na construção naval, “considerada a melhor por exímios navegadores”.
O filme mostrou à sociedade a dureza da vida dos pescadores do bacalhau através dos séculos, referindo que “escasseiam as vivências dos que as experienciaram com tantos sacrifícios e dedicação”.