As urgências atravessam o momento mais delicado em final de ano com a recusa dos médicos em fazer acima das 150 horas extraordinárias mas a FNAM responsabiliza o Governo pela falta de entendimento.
Apesar das críticas que têm surgido por parte de populares contra o estado a que chegou a saúde, a Federação Nacional do Médicos lembra que este é um problema que atravessou todo o ano 2023 sem soluções ou respostas conclusivas.
No momento em que se encerra o ano, em jeito de balanço, a FNAM lembra que este foi “o ano dos anos da luta dos médicos”.
A greve dos médicos de março foi a primeira de várias greves que se multiplicaram no verão com adesões acima dos 80% e manifestações em defesa de um SNS capaz de servir os utentes.
Para Federação, a população “passou a perceber que os médicos trabalham, em média, mais 4 meses do que a generalidade dos profissionais da saúde e que o resto da administração pública, e que os médicos não aceitam perda de direitos laborais que coloquem em risco a sua segurança, mas acima de tudo, a dos próprios utentes”.
Defende-se dos que falam em luta corporativa a esclarece que o faz “para parar a sangria de médicos do SNS para a emigração, sector privado ou prestação de serviços”.
Acusa o Governo de ter falhado as negociações ao longo de 19 meses e culpa Manuel Pizarro pelo estado a que chegou a saúde.
“Este governo, agora em gestão, após a crise política instalada no fim deste ano, não foi capaz de tecer uma negociação séria com os médicos ao longo de 19 duros meses. O Ministério da Saúde, liderado por Manuel Pizarro, não teve vontade política, nem competência, de firmar um bom acordo com os médicos, capaz de os atrair e fixar no SNS, mas foi capaz de fazer com que mais médicos saíssem do SNS e lançar o caos nos vários serviços de urgência, com encerramentos e contingências em todo o país, por falta de médicos”.