A programação dos Festivais de Outono avança para os sons transatlânticos, batuques e histórias da natureza.
O Grupo de Batuque Finka-Pé, surgido em 1988 no Bairro Alto da Cova da Moura, concelho da Amadora, e de inspiração cabo-verdiana, atua esta segunda, dia 7 de novembro, a partir das 19h00, no auditório do Departamento de Comunicação e Arte da UA.
Grupo de Batuque Finka-Pé foi criado no âmbito das atividades desenvolvidas pela Associação Moinho da Juventude.
Inteiramente formado por mulheres cabo-verdianas que habitam no bairro, este grupo dedicou-se à prática do batuque por razões de vária ordem: divulgação da cultura cabo-verdiana, auto valorização das suas componentes e manutenção das tradições do seu país.
Antes da fundação do Grupo, e numa linha de fidelidade à tradição cabo-verdiana, no bairro faziam-se já batuques - ou 'batucadas', como é também costume dizer-se - em ocasiões festivas da comunidade: casamentos, batizados ou outras reuniões familiares. No entanto, não havia entre os cabo-verdianos uma consciência do valor cultural do batuque.
O concerto “Sonsatlânticos: trânsitos musicais no corredor Brasil-Portugal” está agendado para dia 9 de novembro, pelas 21h30, na Casa do Adro, em Águeda.
Durante toda a primeira metade do século XX a indústria fonográfica teve papel fundamental na preservação de músicas populares urbanas por todo o mundo, promovendo ao mesmo tempo sua circulação a nível global.
No caso específico das músicas surgidas no corredor Brasil-Portugal, este papel foi ainda mais marcante, uma vez que os dois países tiveram as suas trajetórias musicais ligadas à indústria do disco muito cedo, a partir do início do século XX.
Este concerto, “Sonsatlânticos: trânsitos musicais no corredor Brasil-Portugal”, colocará em evidência géneros musicais nascidos no influxo entre Portugal e Brasil no início do século XX, tais como fados, maxixes, sambas e choros.
O repertório contará com composições originalmente gravadas pelas indústrias fonográficas brasileiras e portuguesas desse período, com especial destaque para artistas e géneros musicais que cruzaram repetidas vezes o Atlântico.
O concerto é resultado direto de dois projetos de pesquisa desenvolvidos na Universidade de Aveiro e no INET-md: “Liber|Sound: Práticas de libertação da Memória Sonora” e “Guitarras Transatlânticas” (na foto).
Finalmente, “O Sétimo Sol”, a 11 de novembro, a partir das 21h30, no auditório Renato Araújo (edifício da Reitoria da UA), é uma fantasia zoológica composta por Vasco Negreiros, professor do Departamento de Comunicação e Arte da UA, nascida de um conto tradicional indiano, com texto e narração de Pedro Lamares, interpretado por Fernando Ramos (saxofones) e Bernardo Soares (piano), com ilustrações de Beatriz Bagulho.
A sinopse do espetáculo levanta um pouco o véu: “Depois dos homens matarem seis dos sóis que abrasavam o mundo, o sétimo escondeu-se atrás de uma montanha, votando tudo à mais completa escuridão. Na selva reinava o caos (sem desprimor para sua majestade D. Leão Afonso). Entre a altivez da girafa Genoveva (irritando a zebra Zulmira que acordara em dia de risca negra), as bocas que camaleava Camilo, camuflado, e a desolação do silêncio grilada pelo grilo Grinaldo, iam os bichos, cada um à sua maneira, tentando convencer o sol menino, o mais novo dos irmãos, a regressar do seu esconderijo para iluminar o mundo. Vieram leão, elefante, pavão... O que seria mais eficaz a combater o arrefecimento global? A autoridade, a força ou a sedução? E, afinal, porque gagueja o galo todas as madrugadas?”
O repertório contará com composições originalmente gravadas pelas indústrias fonográficas brasileiras e portuguesas desse período, com especial destaque para artistas e géneros musicais que cruzaram repetidas vezes o Atlântico.
O concerto é resultado direto de dois projetos de pesquisa desenvolvidos na Universidade de Aveiro e no INET-md: “Liber|Sound: Práticas de libertação da Memória Sonora” e “Guitarras Transatlânticas”.