Faleceu na última madrugada em Lisboa (Amadora), onde residia, aos 88 anos de idade, o escritor, romancista e jornalista Ascêncio de Freitas.
O autor integrava as 'antologias africanas'.
Nasceu na Gafanha da Nazaré, em 1926, onde residiu até 1949, tendo exercido várias profissões, entre as quais a de funcionário administrativo dos Estaleiros de São Jacinto.
A Associação para a Defesa dos Interesses da Gafanha da Nazaré (ADIG), sublinha, num texto publicado recentemente no jornal 'O Timoneiro' que o ficcionista e jornalista, colaborou em jornais e revistas literárias, "revelando um conhecimento invulgar da língua portuguesa e dos usos e costumes das nossas gentes e do quotidiano africano", na sequência da sua estada em Moçambique.
Em 1960 publicou o seu primeiro livro, “Cães da Mesma Ninhada”, seguido de outros, entre os quais “África Ida e Volta”, “Na Outra Margem da Guerra”, “Crónica de D. António Segundo”, “Estórias de Caça em África”, “Carmen era o seu nome”, “Estória do Homem que Comeu a sua Morte”. Foi bolseiro do Instituto Português do Livro e das Bibliotecas, o que lhe permitiu escrever um livro sobre Moçambique “A Paz Enfurecida”. Recebeu o Prémio Virgílio Ferreira, da Câmara de Gouveia, pela sua obra “A Reconquista de Olivença”, o Prémio Pen Club, pelo livro “O Canto da Sangardata”, o Prémio Ferreira de Castro, da Câmara de Sintra, com a obra “A Noite dos Carangueijos”. Foi este mês homenageado pela Câmara da Amadora.
"Nunca enjeitou as suas raízes gafanhôas e o seu amor à sua terra", é referido.
Recentemente alguns membros da ADIG visitaram-no na Amadora para entregar-lhe uma "lembrança de reconhecimento pelo seu esforço em prol da Gafanha e, também, em preito de homenagem pelo seu valor como escritor natural da Gafanha da Nazaré".