O casal de 30 anos apanhado há duas semanas em Ílhavo, no distrito de Aveiro, a conduzir alcoolizado com quatro filhos menores num dos carros, negou hoje em tribunal ter problemas de alcoolismo. "Foi uma situação isolada", assegurou a mulher, que levava no carro as quatro crianças de cinco e 17 meses e de quatro e oito anos, durante a sessão do julgamento sumário, que decorreu estar tarde no tribunal de Ílhavo. A arguida, que está a ser julgada por um crime de condução de veículo em estado de embriaguez, começou por dizer que jantou em casa de familiares e, depois, foi até um café com os filhos, acompanhada por um primo, onde bebeu "quatro ou cinco taças de vinho branco". De seguida, saiu do café e meteu-se no carro com as crianças para ir para casa, em Aradas, Aveiro, mas, pelo caminho, ficou sem gasolina e, enquanto esperava pelo marido, que entretanto chamou, bebeu mais uma garrafa de vinho branco. Apesar de ter confessado que conduziu sob o efeito de álcool, a mulher disse que não estava a conduzir no momento em que a GNR apareceu."Quando a GNR chegou ao pé de mim, tinha o carro parado", afirmou a mulher, que contou ainda que não tinha ninguém a quem deixar os filhos. O pai das crianças, que viajava noutro carro e que também foi apanhado a conduzir com excesso de álcool, confessou igualmente a prática do crime. O homem, que já tem várias condenações por condução com excesso de álcool, também negou ter problemas de alcoolismo, mas aceitou ser submetido a uma consulta de despistagem e consequente tratamento, se for essa a decisão do tribunal. A juíza solicitou a realização do relatório social, a pedido dos arguidos, para ponderar a pena a aplicar, e interrompeu a audiência, que irá prosseguir no próximo dia 19 de janeiro. O casal foi detido na madrugada de 06 de dezembro, cerca das 02:00, por condução sob o efeito de álcool, na rua do Cebecinho, em Ílhavo.A mãe acusou uma taxa de 2,27 gramas de álcool no sangue e o pai uma taxa de 1,40 gramas de álcool no sangue. A família já estava sinalizada desde o passado mês de julho pela Comissão de Proteção de Crianças e Jovens (CPCJ) de Aveiro, tendo sido aberto um processo de promoção e proteção que foi entregue em novembro, no Tribunal de Família e Menores da Comarca de Aveiro. No seguimento deste caso, o tribunal ordenou que as crianças fossem institucionalizadas, sendo esta medida revista de três em três meses.
Texto: Lusa