A Câmara Municipal de Águeda, no âmbito do programa de controlo de felinos errantes que tem desenvolvido ao longo dos últimos anos, está a implementar um projeto inovador, instalando abrigos e pontos de alimentação para gatos nos espaços da cidade onde já existem colónias.
O objetivo fundamental é, por um lado, promover a higiene do espaço público e evitar a propagação de pragas e, por outro, controlar o número de felinos errantes existentes na cidade. Esta é, de resto, uma preocupação do Município, que tem implementado a Campanha CED (Captura, Esterilização e Devolução), através da qual os serviços municipais fazem uma observação contínua das colónias existentes.
Hoje, foram colocados dois abrigos para gatos, no espaço ajardinado junto à linha de caminho de ferro na Rua Eng.º Bastos Xavier e o outro nas imediações da Biblioteca Municipal Manuel Alegre; bem como seis pontos de alimentação (caixas identificadas e fechadas) em espaços previamente conhecidos e que são habitualmente usados por muitos cidadãos que, de uma forma espontânea, alimentam os felinos errantes.
Nestes locais, estão agora colocadas estas caixas coloridas e identificadas como “casa dos gatos”, onde a população que antes pousava a comida e restos à beira do passeio, pode deixar nestas caixas que ficam, assim, fechadas e controladas, permitindo que a alimentação dos felinos seja feita de uma forma mais segura e higiénica. Com esta medida, impede-se que a comida fique espalhada pela via pública, podendo ser pisada ou ser atração para outros animais e fonte de maus cheiros, e controla-se a potencial propagação de pragas.
O apelo feito é que as pessoas que regularmente alimentam os animais sejam também cuidadores da higiene e saúde pública da cidade.
Glória Costa, Chefe da Divisão de Espaços Verdes e Higiene Pública que acompanhou o processo de instalação dos equipamentos, salientou a importância destas medidas, esclarecendo que “estes abrigos facilitam o controlo dos gatos, porque estão confinados num mesmo espaço e podemos verificar se surgem novos e também fazer mais facilmente processos, por exemplo, de desparasitação”.
Quanto às caixas de alimentação, esta medida é de uma relevância grande por questões de salubridade do espaço público e ainda porque permite que os gatos sejam controlados, facilitando ainda a sua medicação no caso de necessidade.
À medida que os serviços municipais iam colocando estas caixas na via pública, a população ia reagindo com satisfação. “Muito boa iniciativa”, dizia uma moradora junto ao ginásio instalado no edifício antigo dos Bombeiros de Águeda, congratulando o Município por fazer o controlo dos gatos errantes de uma forma “ordeira e limpa”. Outra moradora, junto ao jardim da BMMA, denotando a beleza e funcionalidade das casinhas, dizia que “há gatos com sorte”.
Também Carla Marina, uma moradora na Rua Eng.º Bastos Xavier, que é habitual cuidadora destes animais, saudou estas medidas, descrevendo-as como “ótimas”, que “ajudam-nos a cuidar melhor deles (gatos)” e a controlar o aparecimento de novos. Há mais de 20 anos a morar naquela zona, reclama da falta de sensibilidade das pessoas que abandonam os gatos e cães precisamente na área, por saberem existir ali colónias e quem cuide deles. “Quem anda na causa animal já viu de tudo”, disse, frisando que a Câmara de Águeda desenvolve medidas que “ajudam a cuidar e são corretas para controlar os animais”.
De reiterar que tanto com os abrigos como com as caixas de alimentação não se pretende atrair mais animais, mas antes resolver o problema das colónias existentes, que colocam em causa, muitas vezes, a saúde pública. Medidas que surgem no seguimento de um trabalho atento e cuidado dos serviços municipais, nomeadamente através do referido programa CED.