O Reitor da Universidade de Aveiro, Paulo Jorge Ferreira, reflete sobre o Plano de Recuperação e Resiliência em artigo publicado no JN.
Sobre o papel atribuído à ciência e ao conhecimento, o Reitor diz que é importante pensar a médio e longo prazo e vê um pensamento voltado para o curto prazo.
“Em primeiro lugar, o PRR português reflete uma visão do conhecimento e da ciência focada na tecnologia e no impacto a curto prazo. Ora, a utilidade do conhecimento varia ao longo do tempo. O que é hoje útil pode tornar-se inútil amanhã, e vice-versa”.
Paulo Jorge Ferreira diz ainda que é importante manter uma aposta diversificada no conhecimento.
“Dar atenção equilibrada às diferentes áreas do conhecimento, incluindo as artes e humanidades, as ciências sociais e as ciências ditas puras, aumentará a resiliência e valorizará o futuro - inclusivamente o futuro da tecnologia, neste século marcado pela interdisciplinaridade”.
O último aviso vai para a captação de recursos humanos de excelência.
“Não há economia sem pessoas nem ciência sem cientistas. O país precisa de qualificar, requalificar, atrair talento e investir na transição social, a par da transição climática ou digital. E isso não se consegue só com graus e títulos. É necessário um sistema de reconhecimento de competências ágil e flexível, alinhado com as necessidades de Portugal, da Europa e do futuro”.