A Arte no Tempo propõe, para esta semana, três concertos de música de câmara, com três agrupamentos distintos.
O primeiro tem lugar já esta quarta-feira, 6 de Outubro, no Teatro Aveirense, e marca o encerramento de uma parceria financiada pelo Fundo de Relações Bilaterais das EEA Grants, que a Arte no Tempo e o ars ad hoc desenvolveram com o norueguês Ensemble neoN, a partir de 2019, e que conta também com o apoio do Teatro Aveirense.
Do programa deste concerto que, desde Maio de 2020, foi diversas vezes adiado, constam obras de Jan Martin Smørdal e Kristine Tjøgersen, uma improvisação pela cantora norueguesa Silje Aker Johnsen com Bernt Isak na electrónica, e, ainda, uma obra de Phill Niblock, que o agrupamento gravou para a Hubro em 2019.
A proposta para o dia de amanhã, quinta, refere-se a uma apresentação do ars ad hoc (agrupamento da Arte no Tempo), no Auditório de Serralves.
O primeiro dos três programas da temporada regular do ars ad hoc (um de cinco que o agrupamento deverá apresentar em Serralves até Junho próximo) junta o primeiro quarteto de cordas do dinamarquês Simon Steen-Andersen (1976) ao de João Carlos Pinto (1998).
Compostos a cerca de 20 anos de distância, ambos representam a fase de juventude dos respectivos autores, tendo ambos sido já apresentados em Aveiro, pelo ars ad hoc, o primeiro nos Reencontros de Música Contemporânea de 2021; o segundo, partindo da Sonata op. 111 de Beethoven, resulta de encomenda da Fundação Centro Cultural de Belém para os Dias da Música e teve estreia na bienal Aveiro_Síntese 2020.
Em destaque neste concerto do ars ad hoc em Serralves estará, porém, a obra “Clarinete e quarteto de cordas” [1983], de Morton Feldman (1926-1987), uma obra de maturidade que apresenta elementos característicos do trabalho do compositor americano.
De volta a Aveiro, já na sexta-feira, é tempo para mais um Tubo de Ensaio - projecto realizado no Teatro Aveirense, com curadoria da Arte no Tempo, que, à vinda de um agrupamento estrangeiro convidado, associa a realização de uma oficina aberta a compositores e intérpretes em que são sempre discutidas questões técnicas e estéticas.
O sexto Tubo de Ensaio realiza-se com o hand werk, agrupamento de Colónia que traz a Aveiro música de Simon Steen-Andersen (compositor em destaque também na temporada do ars ad hoc) e de Simon Løffler (também dinamarquês, mas cinco ano mais novo do que Steen-Andersen), além de uma obra da autoria de Niklas Seidl (compositor e violoncelista do hand werk).
O programa inclui ainda a estreia absoluta de uma obra que a Arte no Tempo encomendou a Inés Badalo (Olivença, 1989) para um concerto do ars ad hoc paralelo à exposição “Louise Bourgeois: deslaçar um tormento”, em Serralves (entretanto adiado para Novembro).
Apesar de este ser o sexto Tubo de Ensaio, dos cinco anteriores, o do Ensemble neoN realizou-se à distância, através das plataformas digitais, e o do Plus Minus Ensemble foi adiado para Outubro de 2023.
Além do apoio da Direcção Geral das Artes, comum aos três concertos, as actividades com o hand werk (que se completam com uma oficina que terá lugar na Sala Estúdio do Teatro Aveirense no sábado de manhã) contam com o apoio do Goethe Institute.