O Município de Águeda apresenta plano de ação para proteger populações dos incêndios.
Poucas semanas depois dos fogos florestais que se revelaram assustadores com chamas perto da cidade, a autarquia apresenta novas regras geridas de forma consensual com a população.
Numa estratégia concertada com as populações, foram definidas faixas de proteção na ordem dos 200 metros das habitações.
Autarcas locais apresentaram, no sábado à tarde, em Salgueiro, Valongo do Vouga, um plano de ação de prevenção após os incêndios de setembro deste ano, que permita uma maior proteção, principalmente, das zonas habitacionais.
Para tal, realizou uma sessão pública, na antiga Escola Primária do Salgueiro, dirigida, em especial, às populações das aldeias da Cadaveira, Gandra, Moutedo, Salgueiro, Samouca, Redonda, Moita, Alombada e Chãs.
Jorge Almeida, Presidente da Câmara Municipal de Águeda, agradeceu a presença da população e salientou que este “é o tempo de agir”, sem delongas nem burocracia, “a bem das nossas populações e do nosso território”.
Numa ação concertada com as populações locais, foram definidos alguns critérios de atuação, nomeadamente o corte de eucaliptos e sua substituição por espécies autóctones (sobreiros, carvalhos, entre outras), com o devido consentimento dos proprietários para que se possa proceder à criação de uma faixa de proteção contra os incêndios.
O modelo participativo proposto pelo Município aposta em soluções consensuais.
“Porque este é um assunto de todos e envolve todos”, disse Jorge Almeida, acrescentando que desta forma, apesar de “não se eliminar os incêndios e resolver o problema de toda a floresta, conseguimos resolver de mãos dadas um conjunto de problemas e, sobretudo, mostramos como se faz”.
O Presidente da Câmara de Águeda acredita que, com “o bom exemplo que estamos a dar à região e ao país, abrimos caminho para que, quem sabe, haja o bom senso de regulamentar” estas matérias, criando mecanismos legais para que se possa agir de outra forma.
“Temos condições para fazer qualquer coisa de novo e, sobretudo, mostrarmos o caminho de ação e de proteção dos nossos cidadãos”, concluiu.
De referir que foram eleitos dois elementos de ligação (duas pessoas por cada uma das aldeias referidas) com os técnicos municipais para que se possa identificar proprietários e iniciar o processo de proteção destas zonas.
O autarca de Albergaria, António Loureiro, participou e elogiou a ação.
“É o único presidente no país todo que fez uma ação como esta, falando com as pessoas e contribuindo para mudar comportamentos. Águeda está a dar um exemplo de como agir com rapidez e eficácia”, disse António Loureiro, acreditando que, “juntos, podemos fazer a diferença, criando condições para que as populações se consigam proteger, criando um território mais resistente”.