A ADIG considera que os dados revelados sobre a qualidade do ar na cidade de Ílhavo não são indissociáveis do que se passa na Gafanha da Nazaré e na atividade portuária. Humberto Rocha reage à divulgação do relatório, que compila dados entre 2008 e 2013, para concluir que a defesa da instalação de uma estação medidora da qualidade do ar nunca fez tanto sentido.
“E já em Outubro de 2014 nós tínhamos alertado a Administração do Porto de Aveiro e a Agência Portuguesa do Ambiente, bem como todas as outras Entidades Portuguesas que intervêm no processo de descarga de Petcoke, para um Memorando da Comissão Europeia, datado de 25-09-2014, sobre o Processo por infração enviado ao Tribunal de Justiça da União Europeia pela Comissão Europeia sobre Ambiente, em que insta Portugal que tome medidas contra a poluição atmosférica”.
Em causa os níveis de partículas de PM10 que provêm das emissões da indústria, do tráfego e do aquecimento doméstico e que a Câmara de Ílhavo diz ser uma surpresa na cidade de Ílhavo que foi colocada como a mais poluída do país de entre as que têm estação medidora.
Essa estação está instalada na Escola Básica 2,3 de Ílhavo mas para a ADIG há uma dimensão municipal que seria confirmada caso a estação que está a ser instalada na Gafanha da Nazaré já estivesse em funcionamento. Admite mesmo que “seria expectável haver níveis mais elevados de má qualidade do ar”.
Humberto Rocha defende que a poluição “já estava identificada, como prova o Memorando da Comissão Europeia", sendo agora reforçada pelo Relatório da Organização Mundial da Saúde; que a recolha de dados foi feita entre 2008/2013, tendo havido, depois dessa data, “alteração dos comportamentos no manuseio dos produtos no Porto de Aveiro” e que a falta de referências à Gafanha da Nazaré era “expetável” uma vez que a única Estação de Medição da Qualidade do Ar, com medição em contínuo, estava e está instalada em Ílhavo, na EB 2.3 José Ferreira Pinto Basto, enquanto na Gafanha da Nazaré nada existia, à exceção das campanhas efetuadas pelo IDAD, de apenas algumas semanas, intermitentes, começadas em Julho de 2014”.
Este relatório da Organização Mundial de Saúde que surgiu na semana passada é, agora, aproveitado para justificar, mais uma vez, a relevância da Estação de Monitorização do Ar, com medição em contínuo, que se espera esteja em funcionamento na próxima semana e da Barreira Eólica que poderá ser executada em Julho deste ano.