O PCP fala em “propaganda”, “demagogia” e “argumentos de auto-legitimação” no quotidiano de um Governo “esgotado e isolado que procura freneticamente submeter o País aos interesses dos grandes grupos económicos, ancorando-se muitas vezes em estatísticas falseadas, análise parcelar de factos ou afirmações de cariz anti-democrático para levar a sua avante”. Esta ideia resume a avaliação à situação política feita pelo PCP em Assembleia Regional.
Enquanto a maioria diz que o país está melhor, o PCP vê “pobreza”, “desigualdades sociais”, “desemprego” e “precariedade” como indicadores contrários e diz que poderão agravar-se ainda mais nos próximos meses e anos, caso seja implementado o chamado “Plano de Nacional de Reformas”.
As privatizações, a municipalização da educação e da saúde e as dificuldades sentidas pelo tecido produtivo são sinais que o PCP valoriza de uma política que compromete o Governo. Mas acusa também o PS de não estar disponível para uma ruptura “com os principais factores de constrangimento ao desenvolvimento e justiça social em Portugal”. Fala em medidas cosméticas. “Mais ainda, em alguns casos, como o do despedimento individual ou da redução da TSU, o PS está disponível para ir ainda mais longe no favorecimento do patronato e aprofundamento da exploração dos trabalhadores”.
Aos partidos do “arco do poder” o PCP chama partidos do “arco da dívida” e adiciona o Presidente da República numa troika de “agentes eficazes na chantagem que o Grande Capital tenta fazer aos portugueses”.
E não esquece a alegada falta de cobertura a alguns acontecimentos como a recente marcha que terá juntado porto de 100 mil pessoas em Lisboa como espelho de um país menos plural. “As sondagens, o silenciamento do PCP e da CDU (que se pretende legalizar com as alterações à lei da cobertura das campanhas eleitorais pela comunicação social), os apelos explícitos e implícitos à resignação, o catastrofismo face a uma alternativa patriótica e de esquerda, a promoção de novidades ou repescagens políticas tendo como único critério a imagem, entre outros, são factores de clara contaminação da opinião do povo português na tentativa, cada vez mais desesperada, de manter tudo na mesma”.
O PCP está apostado em eleger um deputado por Aveiro e Jerónimo de Sousa estará no distrito a 10 de Julho.