A utilização de um endereço email falso que fazia passar-se pelo mail oficial da concelhia de Ílhavo do PSD lançou a confusão no seio do partido e na cena mediática com uma informação sobre a possível demissão de Luís Diamantino da concelhia de Ílhavo do PSD.
Depois da divulgação dessa informação e sem que houvesse confirmação da concelhia, surgiram os desmentidos de Luís Diamantino e de Margarida Alves, apontada nessa comunicação como um dos descontentes do Partido na fase em que se inicia a preparação do dossiê autárquicas 2025.
A informação adiantava que Diamantino ponderava a demissão três meses depois da entrada em funções por “divergências internas”.
A Terra Nova assume o erro de ter usado o conteúdo antes de ter sido possível falar com o dirigente político que se prepara para pedir uma investigação ao caso do email.
O dirigente concelhio diz que o PSD de Ílhavo está a ser “alvo de ataques e falsidades”.
Luís Diamantino diz não há “qualquer fundo de verdade” nas informações veiculadas lamentando a publicação da notícia sem verificação pelos órgãos de comunicação.
“Iremos já hoje apresentar queixa junto das entidades competentes, com vista ao apuramento dos responsáveis por este ato criminoso, que coloca em causa os valores mais fundamentais da democracia, e que esperamos que não se repita, nem com o PSD, nem com qualquer outra forma política do nosso município”.
Luís Diamantino assegura que está para continuar com debate aberto sobre candidaturas e apresentação até final do ano.
Até lá não vê motivos para polémica quanto ao debate interno e num recado para o seio do partido diz que importante é ouvir os cidadãos na rua (com áudio)
Luís Diamantino preocupado com a divulgação de informação interna pede investigação ao caso do email falso enviado como comunicação de sua lavra e por si assinada.
O dirigente afirma-se confiante para o trajeto dos próximos meses e assegura que está para ficar.
Assegura que não perdeu condições para liderar o processo autárquico (com áudio)
Ainda assim, o mau estar-estar interno parece estar instalado uma vez que a informação terá saído do seio das estruturas ou de elementos que fazem parte do núcleo de preparação das autárquicas e das próximas campanhas do PSD, nomeadamente Europeias e autárquicas.
O mail fala de uma intenção assente em “divergências internas” e “desafios crescentes na liderança do partido”.
Quanto à deputada municipal pelo Partido Social Democrata, Margarida Alves, segundo o email, também estaria descontente “após divergências com o Presidente Paulo Pinto Santos na Assembleia Extraordinária do 25 de Abril, levantando questões sobre coesão e unidade dentro do partido”.
Pouco tempo depois da divulgação, Margarida Alves desmentiu o conteúdo da informação.
“Aguardo esclarecimentos claros da fonte e origem desta notícia, que a classifico de leviana perante a minha pessoa. Se tal não me for esclarecido recorrei aos meios e quem de direito na minha representação. O meu nome não pode ser utilizado com inverdades. Na política não vale tudo e a comunicação social deve ser esclarecedora e isenta”, refere a nota pessoal da deputada municipal.
A suposta comunicação da concelhia e que, afinal, se revela falsa, terminava com uma declaração sobre as consequências das divisões internas e das dificuldades para implementar o plano da concelhia do PSD para “recuperar a Câmara Municipal que atualmente encontra-se sob liderança do movimento independente Unir para Fazer”.
O Partido tem reclamado a importância de restaurar a confiança dos eleitores mas pela amostra as guerras internas continuam presentes.
Este é um caso que traz à memória o processo autárquico do PS quando os caminhos da concelhia e de João Campolargo se separaram na preparação das eleições de 2021.
Também aí vieram a público as divisões internas no processo de escolha de candidato logo que os caminhos se separaram.
Luís Diamantino lamenta a forma como o tema foi abordado pelos meios de comunicação e, em entrevista à Terra Nova, prometeu mais atenção à comunicação (com áudio)