Os Municípios da Região de Aveiro preparam-se para dar conta dos esforços feitos durante a pandemia e dar impulso ao processo de reabilitação e ampliação do hospital Infante D. Pedro, pilar do centro hospitalar do Baixo Vouga.
Apesar da forma relativamente discreta como a pandemia tem sido enfrentada – apenas contrariada pela fase inicial de apelo de autarcas à entrega de testes e crítica à logística do Ministério da Saúde - e com parte dos “custos” nas costas dos profissionais da área da saúde, há um sentimento generalizado entre os parceiros do consórcio da saúde que a pandemia veio dar “visto” ao trabalho de planeamento feito por Centro Hospitalar, Câmara, Universidade de Aveiro e Administração Regional de Saúde.
O memorando de entendimento “Mais Conhecimento Melhor Saúde em Aveiro”, assinado em 2016, e que contou com o envolvimento da Universidade Nova de Lisboa, orienta os trabalhos de que a face mais visível ao nível das políticas públicas é a cedência dos terrenos do estádio Mário Duarte para a ampliação.
Os parceiros sempre assumiram que o desígnio é premente e a pandemia veio colocar a nu todas as fragilidades do atual sistema.
A chamada da Universidade de Aveiro a garantir a realização de testes à Covid19 mostra que o Centro Académico Clínico é, hoje, uma realidade à espera de formalizar a sua presença no campus da saúde, no edifício hospitalar, mas já com vida no campus universitário.
E vários Ministros do Governo de António Costa testemunharam esse papel nuclear.
O encontro das engenharias, químicas, eletrónicas e telecomunicações em articulação com a Medicina, concretizada no programa doutoral de Biomedicina, é uma certeza quanto ao caminho de futuro que está a ser traçado.
A “multiplicação de capacidades e de competências, na prioritária área da saúde, crucial para o pleno desenvolvimento da Cidade, do Município e da Região de Aveiro” foi argumento usado no campo da instrução do processo e ponto de partida para o trabalho que, segundo a Câmara de Aveiro, exige investimento de fundos a rondar os 125 milhões de euros.
Investigação, desenvolvimento e inovação juntam-se, na perfeição, neste encontro do hospital com a academia no futuro centro académico clínico na nova área a edificar.
Esse protocolo já passou por uma ratificação, em 2019, com definição dos termos da cooperação na elaboração do programa funcional da ampliação do Hospital Infante D. Pedro com o edifício do Centro Ambulatório e do Centro Académico Clínico, assim como da requalificação do edificado existente e do respetivo Plano Diretor.
O valor associado à elaboração deste Programa Funcional é suportado pelo CHBV em 60%, pela UA em 25% e pela CMA em 15%, sendo desenvolvido pela empresa Serviço de Utilização Comum dos Hospitais (SUCH).
Uma estimativa apresentada no início deste ano indicava a ampliação e a qualificação como investimento na ordem dos 120 milhões de euros.
As negociações há muito decorrem com as entidades gestoras de fundos e com o Governo e, agora, com um interlocutor conhecedor dos dossiês nas diferentes plataformas.
Ana Abrunhosa passou da Comissão e Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro para a pasta governamental da Coesão Territorial e tem papel de relevo neste processo a par do Ministério da Saúde para além das entidades regionais e locais.
E nem mesmo os desafios ao debate sobre as vantagens de um novo hospital desfizeram a “aliança” entre UA, CMA e Centro Hospitalar com os parceiros a reafirmarem empenhamento ”em concretizar esse importante e prioritário objetivo de ampliar e qualificar o Hospital Infante D. Pedro no âmbito do CHBV”.
Uma “batalha” que não querem perder e que consideram “sacudida” pela pandemia com a exposição da limitação de meios para responder a uma região de 400 mil habitantes.
E os dados dados revelados diariamente reforçam a importância do trabalho.
As autarquias insistem que uma Região de 11 municípios que tem cerca de 46% dos casos de infeção e cerca de 50% do total de óbitos da Região Centro não pode continuar como está.