O Bloco de Esquerda apresenta manifesto para as eleições autárquicas de 2025, em Aveiro, e a primeira mensagem vai para os partidos que governaram o município no Portugal democrático.

Assume que pretende ser alternativa às propostas da Aliança com Aveiro e ao PS.

Em final de ciclo político de Ribau Esteves, o BE pretende uma avaliação às políticas protagonizadas pelos partidos que governaram Aveiro, em particular nas últimas três décadas.

No topo das críticas estão as políticas de habitação.

“Os executivos municipais do centrão em Aveiro não realizaram políticas de habitação para a classe média. Venderam terrenos públicos para habitação privada de luxo. Transformaram o espaço público para a especulação imobiliária e para a aposta no monocultivo do turismo, que por sua vez desviou habitação para esse fim, agravando a crise. Fizeram imperar a lei do mercado”.

Para o BE, a solução é o aumento do parque público de habitação.

“As políticas públicas de habitação são há muito uma marca identitária do Bloco de Esquerda e no mandato autárquico que agora se abrirá assim continuarão a ser. Pelo direito constitucional da habitação, a alternativa às políticas de especulação do centrão. É possível fazer diferente”.

Mobilidade é outro dos focos da crítica.

Poucas horas depois de Alberto Souto ter apresentado propostas para os problemas de estacionamento, o BE lembra que entre a “destruição dos transportes públicos” e a criação de mais estacionamento dirigido à entrada de carros no centro urbano há políticas que continuam a juntar os partidos do arco da governação.

“Reduzir o número de carros a entrar e circular em Aveiro é vantajoso não só para quem não os usa, mas também para quem não tem outra alternativa pois usufruirá de mais estacionamento e de menos trânsito. A aposta forte em transportes públicos, bicicleta e mobilidade pedonal, aliada à transformação do modelo urbanístico, promoverá mais qualidade de vida, saúde pública e sustentabilidade ambiental”.

As críticas às políticas protagonizadas por Alberto Souto e Luís Souto, seguem também no campo das alterações climáticas.

O BE diz que o desenvolvimento de Aveiro não pode ficar nas mãos da “direita negacionista, da direita que acha que a engenharia tudo resolverá” ou do PS que “declara que os pássaros não são estúpidos e é provável que se adaptem”.

Críticas ao Chega e a defesa de políticas de inclusão e de diversidade formam o núcleo do manifesto do BE.