Títulos de kneeboard em jogo este sábado na Costa Nova.

Este sábado é dia de conhecer os vencedores dos Kneeboard Surfing World Titles 2022.

Já são conhecidos todos os finalistas dos Costa Nova Kneeboard Surfing World Titles 2022, com Portugal a conseguir apenas marcar presença nas finais Junior (abaixo dos 19 anos), através de Maximillian Elvang e Tomás Freitas (para surfing) e Pro Junior (dos 20 aos 24 anos), por João Velhinho e Bernardo Figueiras.

De resto, um após outro, nas diversas divisões em prova, os kneboarders lusos foram sendo eliminados, se bem que alguns «morreram» mesmo na praia.

Entretanto, na categoria Open Men, em que o campeão nacional Pedro Velhinho caiu nos quartos-de-final, não conseguindo assim igualar o 5º lugar alcançado em Espanha e na Nova Zelândia, a grande surpresa do dia acabou por ser a eliminação do sul-africano Gigs Celliers, que vinham batendo recordes de melhor onda da prova e que ficou fora na segunda meia-final. Nota ainda para a eliminação do seu compatriota Lester Sweetman, tal como para os dois espanhóis que ainda resistiam.

Pela positiva, o destaque vai para o brasileiro Diego Azevedo, que, depois de fazer uma onda canhão pontuada com um 9.00, ainda nos quartos-de-final, e que figura para já como melhor onda do campeonato.

Juntamente com o brasileiro, seguem para a final de Open Men o sul-africano Tom Gray e os norte-americanos Samuel Coyne e Kevin Skvarna.

Com o mar a fazer jus ao Campeonato do Mundo, hoje ainda decorreram as meias-finais de todas as restantes categorias, excepção apenas a divisão Junior (abaixo dos 19 anos), pois só conta com quatro atletas inscritos.

Nesta categoria etária compete o kneebordaer mais jovem em prova, o português Maximillian Elvang, de apenas 12 anos.

O jovem ilhavense pratica surf desde os seis anos e kneeboard surfing apenas há um ano. Ainda assim, na passada segunda-feira, estreou-se nos Kneeboard Surfing World Titles, entrando no Open Men, categoria em que foi logo eliminado.

“As condições não eram as melhores e o mar estava muito complicado”, refere Max, como é conhecido, acrescentando: “É um sonho cumprido entrar num campeonato do Mundo. O Pedro Velhinho desafiou-me e andei a treinar o ano todo para cá estar”.

Sobre a final de amanhã, Max não eleva a fasquia, nem sabe bem o que esperar. No entanto… “Sei que vou dar o meu melhor e tentar acabar em primeiro, mas já estou muito feliz por participar”.

E se a divisão Junior reúne os atletas mais novos, no extremo oposto estão os Immortals (mais de 65 anos). Aqui, dos sete kneeborders inscritos dois apresentam a bonita idade de 70 anos. A saber: o norte-americano John Hancock e o português João Boavida, que em abono da verdade é o mais velho em prova, uma vez que completa 71 anos em Novembro.

O kneeboarder luso, que antes de se reformar foi director comercial e organizador de eventos, começou a surfar no início dos anos 1970, mas antes fazia body surf. Uns anos mais tarde, após conhecer três australianos que vieram a Portugal, começou a praticar kneeboard.

“Mas como não havia mais ninguém a fazer kneeboard, comecei a fazer mais longboard e voltei ao body surf”, revela, sublinhando: “Há quatro anos voltei ao kneeboard”.

Em estreia absoluta nos World Titles, João Boavida decidiu participar “para conhecer os melhores” e para “representar Portugal nos Immortals”.

João Boavida acabou por ser eliminado, depois de ter passado praticamente o heat todo da meia-final em lugar de apuramento, mas uma derradeira onda do inglês Martin Mitchell acabou por eliminá-lo.

Quem também caiu logo na meia-final foi o texano John Hancock, nesta que é a sua segunda participação nos World Titles, depois de ter competido, com pouco sucesso, em 2015.

“Estou satisfeito, porque conhecia alguns kneeboarders da Austrália ou da Nova Zelândia, mas não conhecia nenhum da Europa”, começou por dizer, considerando que o campeonato em Portugal “está muito bem feito”.

John Hancock começou a surfar em 1962, “ainda com aquelas pranchas muito largas”, mas depois, em 1968, conheceu o «pai» do kneeboard, George Greenough, e a partir daí rendeu-se à modalidade.

A sua profissão ligada ao petróleo e gás levou a residir em diversos países da Europa, como Escócia, Brasil, Holanda ou Caraíbas, tempo durante o qual foi sempre praticando kneeboard, mas esta foi a primeira vez que o faz em Portugal, apesar de a profissão, em determinado período, o ter feito vir muito ao nosso país.

A escolha pelo kneeboard prende-se ainda com “o ficar mais perto do curl e quando se perde a prancha é mais fácil de a recuperar”.

Já sobre o mar da Costa Nova, o texano, que na reforma regressou ao seu país Natal, sustenta que “as ondas são boas, mas é preciso estar na posição certa para as apanhar e isso tem sido o mais difícil”.

Como já referido, o dia de amanhã é dedicado à disputa das finais nas 11 categorias em prova, estando a chamada marcada para as 7h30 para todas as divisões.

 

foto: Rodrigo Ramos