O presidente do Gafanha confia numa época tranquila no campeonato nacional de seniores e nem o desaparecimento do Beira-Mar do futebol profissional faz aumentar a ambição de Dinis Gandarinho de tentar dar uma equipa da Região de Aveiro aos campeonatos profissionais. O dirigente falou na semana em que prepara a apresentação aos sócios para garantir que tem "pés assentes na terra". Aposta na sustentabilidade financeira admitindo que há aumento no orçamento mas a pensar na permanência.
“O Gafanha tem um espaço próprio. É uma equipa amadora, de orçamento limitado, e vai ano após ano conseguir outros apoios para ter um suporte e uma certeza de que não falha na estabilidade financeira. O orçamento sobe ligeiramente. É natural, embora o campeonato seja mais ligeiro sem as saídas à Madeira”.
Com três semanas de trabalho antes do início do campeonato, o dirigente diz que há aperto quanto ao calendário. “Começámos com intensidade. Ao fim de três dias fizemos o primeiro conjunto. Há muito empenhamento na juventude e estamos convencidos que iremos conseguir criar uma equipa tão ou mais forte que a do ano passado. É um plantel de continuidade. Perdemos dois titulares. Pedro Almeida e Nanu eram pedras importantes mas foram substituídos à altura. Temos jovens com ambição que querem chegar mais longe. Temos o Castor, o Stephen e o Alex que chegaram para vencer”.
Numa série de velhos conhecidos, o presidente do Gafanha admite que todos procuram escapar ao grupo da despromoção e jogar pelos primeiros lugares. “As equipas reforçaram-se. Ninguém quer cair nos distritais. Todos querem manter um índice competitivo elevado. Há três equipas de Viseu à mistura com equipas de Aveiro. Bustelo, Estarreja, Sanjoanense e Anadia investem forte. Vão todos lutar e espero um campeonato mais competitivo que no ano passado. O Gafanha queria garantir a presença mais pronunciada e garantir pontos para a estabilização. Estamos a trabalhar intensamente e todos a responder bem. E porque não pensar ir à fase dos primeiros”.
Com vários jovens no plantel e numa prova de alguma visibilidade, o dirigente admite que o futuro próximo pode passar pela entrada de receitas extraordinárias caso se concretizem algumas transferências. “Tivemos jogadores em evidência. Alguns observados já foram treinar a outros clubes. O Aparício é um jovem de 19 anos cheio de pujança para poder seguir em frente. Este campeonato faz-lhe bem. O Gafanha será um trampolim”.
O crescimento do número de praticantes significa um desafio extra pela criação de condições. Os objetivos estão traçados. “Gostaríamos de fazer investimentos mas os investimentos são curtos. Queríamos substituir holofotes por iluminação led e criar um novo sintético. Este clube cresceu muito mas o espaço físico é pequeno para tanto crescimento”.
Quinta-feira há jogo treino com a Académica B que também subiu dos regionais e no sábado apresentação com o Oliveira de Frades, às 17h, num convívio com associados. “Há entrada livre, porco assado no espeto e muita bebida. Será o primeiro contacto com os novos recrutas. Se não for para ver um bom jogo que seja por uma boa sandes”, atira o dirigente em tom divertido.
O calendário aperta não só quanto ao arranque da época mas também para a estreia do Gafanha na gestão de um restaurante no festival do bacalhau que arranca no dia 12 de Agosto. “O Festival do Bacalhau vai ser uma almofada. É um evento que pode dar uma ajuda no arranque da época. É um evento com grande pujança e muito comércio ali à volta. Teremos um restaurante. Será uma novidade para nós e tem absorvido o tempo disponível para que nada falhe. Vamos ter bacalhau à Desportivo na ementa. Mais a sério diria que isto não tem nada haver com um pequeno bar que se suporta com 3 ou 4 pessoas. Aqui precisamos de 30 ou 40 pessoas”.