A história da Vista Alegre tem relação direta com a Igreja e a produção de peças emblemáticas de simbologia religiosa permitem contar histórias.
É desta forma que a Diocese de Aveiro assinala a sua participação na elaboração da exposição temporária “A porcelana Vista Alegre na Diocese de Aveiro: Arte e Devoção” que ontem foi inaugurada na VA.
Mostra organizada em parceria pela Vista Alegre e Comissão Diocesana para os Bens Culturais da Igreja da Diocese de Aveiro.
O Museu Vista Alegre revela ao público essa ligação entre a arte da porcelana e a devoção, reunindo peças de Paróquias da Diocese de Aveiro, de colecionadores privados e do espólio do Museu Vista Alegre.
Manuel Rocha, vigário geral da Diocese, em representação do Bispo D. António Moiteiro, assumiu essa ligação de muitos anos que começou em painéis de azulejo e que chegou à arte da porcelana mais fina “com áudio)
A fábrica destaca-se no panorama europeu por integrar nas suas coleções uma diversidade de objetos de natureza religiosa, que cruzam diferentes épocas de produção e formas de expressão.
São peças que a Igreja realça pela comunicação e pela simbologia.
A ligação ao sagrado remonta às origens e à própria localização geográfica da Vista Alegre. Foi naquele lugar de Ílhavo que o fundador da Vista Alegre, José Ferreira Pinto Basto, decidiu instalar a primeira fábrica de porcelana do país e da Península Ibérica, naquele que foi o primeiro grande empreendimento da Revolução Industrial portuguesa.
Quando o fundador da marca adquire a Quinta da Ermida e terrenos adjacentes, para ali instalar o empreendimento da produção de porcelana, a única e surpreendente edificação pré-existente em todo o espaço era uma capela inacabada, mandada construir por pagamento de uma promessa a Nossa Senhora da Penha de França pelo bispo D. Manuel de Moura Manuel.
E foi precisamente ao redor deste local sagrado, classificado como Monumento Nacional desde 1910, que o fundador estruturou todo o projeto de construção da Vista Alegre, que incluiu a unidade de produção de porcelana, a sua residência, e um dos mais completos bairros operários do país, dotado de inéditos equipamentos sociais e culturais, fruto da sua visão “humanista e visionária”.
O presidente executivo da Vista Alegre, Paulo Pires, destaca essa ligação histórica (com áudio)