Ilustração à Vista faz balanço à edição que celebrou 200 anos da Vista Alegre.

Mais de 2500 pessoas participaram no festival “ilustração à vista”.

Foi um fim de semana especial na Vista Alegre em evento que assinalou os 200 anos da Fábrica.

Ilustração à Vista desafiou o público a olhar o território em Ílhavo e na Vista Alegre.

O festival decorreu no fim-de-semana passado, de 10 a 12 de maio, numa edição cujo mote foi a comemoração dos 200 anos da Fábrica de Porcelana da Vista Alegre.

Mais de 2500 pessoas passaram pelo festival cujo programa, destinado a todas as idades, incluiu teatro, concertos, percursos sonoros, performances de rua, oficinas, uma instalação, uma feira do livro e a inauguração de uma exposição sobre a história da Vista Alegre.

Destaque para o concerto inédito da Orquestra e Coro da Universidade do Minho que celebrou, na noite de sábado, a coincidência da Nona Sinfonia de Beethoven completar dois séculos também este ano com um concerto ilustrado com o videomapping da designer Francisca Lima.

O espetáculo, no Largo da Vista Alegre, envolveu 170 músicos que interpretaram os quatro andamentos da peça, em diálogo com o vídeo, que funcionou como cenário na fachada da Capela da Vista Alegre, que em que foram incorporados e explorados elementos do território, como a materialidade da porcelana, as texturas das pastas, as transparências dos vidros e a fluidez da água e ainda a força e o movimento do fogo.

O músico noiserv e Berto Pinheiro estrearam a instalação multidisciplinar “Três Luzes acenderam ao mesmo Tempo em Três Janelas Diferentes’, a partir do livro ‘Três-vezes-dez-elevado-a-oito-metros-por-segundos’, editado em 2021.

A instalação, que combina música, luz e a narração do livro pela atriz Isabel Abreu, contou com mais de 20 sessões, todas esgotadas, ao longo do festival, tendo sido vista por mais de 200 pessoas.

Nota para o percurso sonoro “Criaturas”, desenvolvido pela equipa da Esfera 4 - Waterworld, que desafiou os participantes a explorar o Lugar da Vista Alegre entre a Barquinha e a Murteira, num passeio orientado por uma trilha sonora que sugeria animais e outros seres imaginados num percurso focado na fauna e na flora do local.

A adesão do público ao passeio levou à criação de duas sessões extra do percurso, que também aconteceu para escolas e grupos organizados de seniores.

O festival contou ainda com os espetáculos “Reflexus”, do grupo Simantra, com o concerto “A Grande Orquestra das Mãos de Barro”, da d’Orfeu AC, com o espetáculo para famílias “A Tartaruga e o Menino do Mar”, de Ana Sofia Paiva e Margarida Botelho, com o teatro holográfico de “El Onírico Interior”, da companhia espanhola Holoqué, com a arruada “Brimborions” (na imagem) dos franceses Picto Facto e o concerto “Piano Oceano”, de Mariana Miguel.

No sábado e no domingo, o Laboratório das Artes da Vista Alegre acolheu a Feira do Livro Ilustrado, organizada pela Biblioteca Municipal de Ílhavo, por onde passaram centenas de pessoas e que contou com a presença da IBook e das lojas ilhavenses Xylocopa e Sim, Carimbo.

No foyer da Casa da Cultura de Ílhavo, o Museu Marítimo de Ílhavo inaugurou a exposição “Inovação e Identidade: 200 anos de Marcas no Território”, que conta a história de como a Fábrica da Vista Alegre tem sido uma força motriz na comunidade, tanto a nível económico, como a nível cultural e social. A exposição fica patente até ao dia 28 de julho, com entrada livre.

Na quinta edição, o festival Ilustração à Vista, que promove experiências que unem a ilustração às artes performativas, desafiou o público a explorar o território, a deambular, a abrandar o olhar e a usar a imaginação.

 

Foto: João Garcia Miguel