A deputada do PSD Helga Correia acusou o governo de não respeitar o Parlamento ao não dar andamento a resolução aprovada que impunha a requalificação no troço do IC2 que atravessa o concelho de Oliveira de Azeméis. Numa intervenção na Comissão de Orçamento e Finanças, a parlamentar aveirense destacou outras obras prometidas ao distrito de Aveiro que “ficaram na gaveta”. “A Assembleia da República aprovou uma resolução para a requalificação do IC2. Na altura, os deputados do PS do distrito de Aveiro abstiveram-se, com a desculpa de que os senhores fariam a obra, porque a empreitada estava inscrita para 2022. O que é certo é que 2022 passou, 2023 está a terminar e a empreitada de requalificação do IC2 em Oliveira de Azeméis continua na gaveta e a rotunda no Pinheiro [da Bemposta] continua sem solução” – atirou Helga Correia na audição do ministro das Infraestruturas. Helga Correia referiu-se a compromissos com o concelho de Oliveira de Azeméis que, a não serem respeitados, “demonstram o desrespeito que o governo tem para com o Parlamento”, acrescentando outras questões relacionadas com o distrito que ficaram “na gaveta”, como a ligação da Zona Industrial de Lordelo, Vale de Cambra, à A32, a ligação da Zona Industrial de Ul/Loureiro à EN224 e daí à A1, ao IC2 e à A32, dando-as como “fundamentais”, ao garantirem “maior competitividade e ganhos de eficiência para aquelas indústrias”. Na sua intervenção, a deputada juntou a ligação ao IC2 no Parque do Cercal, que permitirá um acesso essencial ao polo norte da Universidade de Aveiro, e a construção de um nó de ligação à EN326 na freguesia de Fajões. “É um desrespeito para com a população. Mais vale dizer que não vão fazer do que apresentar ‘powerpoints” e, na verdade, nem uma linha reservarem no Orçamento do Estado” – vincou Helga Correia, juntando ao rol de promessas a Linha do Vouga, para dizer que, tendo sido “a ferrovia uma aposta deste governo”, a verdade é que aquela linha “está a ser requalificada, mas a promessa de fazer uma ligação direta à Linha do Norte continua, mais uma vez, na gaveta”, notando que “há oito anos que a população de Oliveira de Azeméis aguarda por isso”.