O Executivo Municipal de Aveiro aprovou a dissolução da Aveiro Expo, enquanto empresa municipal gestora do parque de exposições, e vai integrar os trabalhadores na estrutura municipal.
Com a internalização da atividade a autarquia e a Associação Industrial ganham margem de manobra para pensar no novo modelo de gestão.
Criada em 2004, a empresa municipal pública Aveiro Expo tinha como principal objetivo assegurar a gestão e exploração da infraestrutura do Parque de Exposições de Aveiro, sendo detida em 51% pelo Município de Aveiro e em 49% pela Associação Industrial do Distrito de Aveiro (AIDA).
Com a entrada em vigor, em 2012, do novo Regime Jurídico da Atividade Empresarial Local e das Participações Locais e na sequência da auditoria aos serviços municipais e às empresas locais durante o ano de 2014, o Município ficou obrigado a proceder à dissolução uma vez que o resultado líquido dos últimos três anos (2012, 2013 e 2014) tinha sido negativo.
A empresa chegou a acumular em três exercícios mais de 500 mil euros de prejuízo e chegou a enfrentar diferendos com a Câmara de Aveiro sobre alegadas dívidas entre as entidades (meio milhão de euros).
A partir de 2015 os resultados foram positivos garantindo sustentabilidade mas já sem a possibilidade de manter a estrutura existente por força da lei. “Com gestão racional e séria é fácil ter receita para pagar a despesa e sobrar um bocadinho. Mas não é de um dia para o outro que se resolve a questão”, esclareceu o autarca de Aveiro na reunião pública desta quarta.
A dissolução, com liquidação, vai exigir aos acionistas o pagamento de um passivo de 800 mil euros e poderá prolongar o processo uma vez que há litígios em tribunal.
Os 7 funcionários passam para a câmara e depois será criada uma nova entidade para o Parque de Feiras e Exposições. A autarquia confirma que o acordo de cedência de interesse público aplica-se também neste processo de empresa municipal apesar de envolver um acionista privado (com áudio).
