Ribau Esteves, Presidente da Câmara de Aveiro, vincou esta noite a propósito das concessões da recolha de lixo, que "não é a Câmara de Aveiro que está com as mãos na cabeça”, devido à concessão da recolha de lixo, que poderá não ter defendido o 'caderno base' necessário.

Este tema foi debatido na sessão da Assembleia Municipal de Aveiro, realizada em Nossa Senhora de Fátima.

“O aumento de 65 mil euros ao ano durante os anos de concessão representa um aumento de 5% do valor do contrato e não põe em causa os ganhos da operação", sublinhou a Autarquia aveirense.

Na sequência de notícias da Terra Nova, Ribau Esteves afirmou que “há jornalistas que se entretem a fazer guerrinhas entre autarcas (...) o que Fernando Caçoilo disse não era dirigido ao Município de Aveiro. Atiraram ao lado. Se quiserem saber qual é o Município a que Fernando Caçoilo se referia eu digo mas, ao ouvido e depois vão lá fazer uma reportagem e conhecerão o problema sério que alguns colegas meus estão a ter, nesta matéria”, disse (com áudio).

O autarca ilhavense afirmou esta semana que "queremos manter o nível de qualidade na recolha do lixo. Há aqui vizinhos com as mãos na cabeça. Não quero esses problemas no meu município".

Nessa reunião de Câmara, o responsável pelo dossiê no Município de Ílhavo, Marcos Ré, assumia estar a "aprender" com o concurso de Aveiro e não escondia que pretendia evitar ajustamentos (com áudio).

Os casos de Águeda, Estarreja e Oliveira do Bairro, pelas dificuldades que enfrentaram nos últimos cinco anos, foram tomados como realidade a evitar.

Ainda assim, o referencial para Ílhavo é a concessão de Aveiro e assume que é com base nessa que está a trabalhar.

As autarquias de Sever, Murtosa, Águeda e Estarreja estão a preparar novo concurso conjunto para tentar estabilizar o sistema. No caso de Estarreja a autarquia prolongou o contrato por um ano com a Luságua, do grupo Aguapor, para preparar o procedimento.

Ribau Esteves não gostou do envolvimento de Aveiro no mesmo "saco" e colocou-se à margem desses problemas. 

“O contrato firmado pela CMA com a VEOLIA, permite uma poupança anual ao orçamento da CMA face ao último contrato com a SUMA de cerca de 1.180.000€ (agora reduzida em 65.000€), tendo a CMA nos últimos 3 anos reduzido a Taxa de Resíduos aos Cidadãos em cerca de 50% fruto da qualidade da gestão da CMA e da redução dos custos deste serviço”.

A autarquia reagiu a declarações registadas nos últimos dias e entende que são mensagens que “distorcem a realidade e a verdade da gestão deste importante serviço público em Aveiro”.

"É possível que haja novas adendas", adiantou.

A oposição não poupou a maioria à crítica pela revisão do acordo em poucos meses, com adenda que prevê o reforço do contrato em 65 mil euros ao ano.

Diz que é sintoma de que o sistema regista falhas e não aceita o argumento que assenta a medida no aumento do turismo.

Rita Batista diz que o turismo foi a “desculpa” para emendar o erro.

“A justificação soa a desculpa de mau gestor. O turismo não cresceu desde outubro de 2018. Vamos continuar a ter adendas, como nos transportes. O que houve foi corte dos serviços e menos soluções”.

Filipe Guerra diz que se acentua a insatisfação da população que já se queixava da operação da SUMA e teme que as sucessivas adendas possam estar a desvirtuar um concurso que “eliminou” empresas com base no preço.

Fernando Nogueira, do PS, acentuou as críticas com a acusação da perda de qualidade no serviço.

“O PS é contra esta adenda. Não é questão de poupança mas perda de qualidade de serviço”.

PSD e PP saíram em defesa da maioria. Filipe Tomaz afirma que há margem para poder reforçar serviços sem perder ganhos.

“Desejo mais revisões e acima de tudo um controlo. O nível de poupança mantém-se muito bom”.

Jorge Greno defende que o contrato é bom e permitiu poupança. E admitiu novos ajustamentos. “No futuro haverá ajustamentos, para cima ou para baixo”.

A proposta passou por maioria na AMA.

notícia atualizada às 9h28 de 24 de Junho