Investigadora da UA ganha prémio de 250 mil euros para investigar esclerose sistémica.

2023-09-02 07:57

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A equipa liderada pela investigadora Catarina Almeida, professora do Departamento de Ciências Médicas e investigadora do Instituto de Biomedicina da Universidade de Aveiro, recebeu um prémio de 250 mil euros da Edith Busch Foundation e World Scleroderma Foundation (WSF) para desenvolver um projeto de investigação na área da esclerose sistémica, nos próximos três anos.

Investigação na área da esclerose sistémica, ou esclerodermia, doença crónica rara, caraterizada por alterações vasculares e um aumento da rigidez da pele e órgãos internos.

Trata-se de uma doença autoimune, ou seja, o sistema imunitário do paciente ataca o seu próprio corpo.

“Com este projeto queremos perceber melhor de que modo é que as células imunes dos pacientes levam ao aumento de rigidez nos tecidos, associado à grande perda de qualidade de vida nos pacientes. Esperamos com este trabalho encontrar novos alvos terapêuticos, levando ao desenvolvimento de terapias que contribuam para melhorar a qualidade de vida dos pacientes”, explica a investigadora.

O prémio foi atribuído pelas duas fundações no âmbito do “The Edith Busch & World Scleroderma Foundation Research Grant Programme 2022-2023”, um programa que atribui bolsas a equipas de investigadores que trabalham na área da esclerose sistémica, uma vez que ambas as fundações promotoras do concurso têm por objetivo promover investigação nesta área, contribuindo, assim, para a melhoria da qualidade de vida dos pacientes com esta doença.

Assim, Catarina Almeida liderou uma equipa que apresentou o projeto “Regulators of fibrosis in Scleroderma: how the microenvironment affects the pDC – fibroblast crosstalk”.

A candidatura foi feita no início de 2023, tendo os vencedores sido anunciados num evento que celebrou o 30º aniversário da WSF, no dia 30 de maio, em Milão.

A equipa inclui, assim, os investigadores da UA Philippe Pierre, Iola Duarte, João Mano, Catarina Custódio e Beatriz Ferreira, um investigador da Universidade de Coimbra e da Universidade de Lund (Suécia). O projeto conta ainda com a colaboração do Serviço de Reumatologia do Centro Hospitalar do Baixo Vouga, em particular na pessoa da médica Carolina Mazeda e restante equipa deste serviço.

A World Scleroderma Foundation e a Edith Busch Foundation são duas organizações internacionais sem fins lucrativos dedicadas a promover a investigação em esclerose sistémica e, deste modo, contribuir para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e dos seus cuidadores.

Catarina Almeida tirou a sua licenciatura em Biologia na UA e o doutoramento em Imunologia e Biologia Celular na Imperial College, Londres. Mais tarde passou a integrar o INEB - Institute de Engenharia Biomédica da Universidade do Porto (2008 – 2015).

Durante a sua carreira tem estudado as interações intercelulares e a ação combinada entre a resposta inflamatória e a reparação/regeneração de tecidos. Atualmente a sua pesquisa foca-se em compreender como os mecanismos de homeostáticos intracelulares influenciam a resposta de células imunitárias inatas e como podemos modular a nossa imunidade natural para tratar diferentes patologias.

No âmbito do mesmo concurso houve ainda outro projeto vencedor, da Alemanha.