AMA: 'Vamos dissolver a empresa mas não posso dissolver o Estádio. Tomara eu' - Ribau Esteves.

2015-04-22 16:46

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A Assembleia Municipal de Aveiro (AMA) aprovou, por maioria, ontem, a internalização das empresas municipais, (Teatro Aveirense, Estádio Municipal de Aveiro e MoveAveiro), por imposição legal.

Sobre a concessão a privados da MoveAveiro, Ribau Esteves destacou a 'quebra' no deficit da operação em 1,4 milhões de euros por ano. "Não vamos para zero porque temos de subsidiar o transporte, pagar a componente relacionada com os transportes escolares. O ganho que perspectivamos é importante", disse.

O Ferry para São Jacinto "é para manter", recordou. O modelo misto 'Ferry/Lancha' assim como os horários "está estabilizado". "Acabámos com a loucura" da encomenda de um segundo Ferry. "Já resolvemos aquele contrato louco de outro Ferry de mais de um milhão de euros. O compromisso com a Navalria foi renegociado. Foi feito um bom acordo entre a MoveAveiro e a Navalria. Era um acordo louco. Se para um estamos sem condições para dois Ferrys, só de facto, para quem vive noutro mundo", disse.

Para o autarca o 'novo esquema de transportes públicos' "não resolve todas as necessidades".

A Câmara quer apostar num serviço complementar de transportes escolares para as regiões de baixa densidade populacional. "Essas populações terão um serviço de qualidade". No interior do Concelho "existirá um serviço de transporte complementar que estamos a preparar", referiu.

No apoio a alunos com necessidades educativas especiais "não será a MoveAveiro a fazer o transporte de jovens porque teria um custo brutal". Outras entidades relacionadas com a Economia Social "disponibilizam financiamento a 100 por cento com apoio governamental". Para Ribau Esteves a Câmara de Aveiro "era rica e não precisava de aceder a esse financiamento mas, nós, já estamos a tratar disso", revelou, criticando a gestão de Élio Maia no mandato anterior.

Ribau Esteves assegura o financiamento de 'carreiras' para zonas mais "longínquas" de Aveiro e as ligações fluviais para São Jacinto. O Caderno de Encargos da concessão da MoveAveiro ressalva "os circuitos, a sua periodicidade diária, as 'carreiras' que fazem os autocarros. Tudo está a ser discutido ao pormenor", revelando que "não tínhamos uma 'carreira' que parasse dentro do Campus Universitário. Agora já temos uma e está a ser um sucesso".

Interpelado várias vezes por Deputados da oposição na sessão de ontem da AMA sobre os aspetos relacionados com os trabalhadores das empresas municipais a extinguir, sublinhou que "ninguém se preocupa mais com os trabalhadores do que eu". "Estou na luta com os nossos trabalhadores. Costumo dizer aos Sindicatos que não aceito que alguém defenda mais os meus trabalhadores que nós próprios. Eles são a nossa gente. São a nossa família", vincou. "Ninguém quer defender mais os meus trabalhadores do que eu. Acabou a conversa", recordando que a Câmara de Aveiro "não pode continuar a ter 800 trabalhadores, voltar a ter 1200 trabalhadores, porque isso não é sustentável. Não produzimos riqueza, não temos impostos para cobrar que nos permitam pagar tanto emprego a tanta gente. Ponto final parágrafo", disse.

No que toca ao Estádio de Aveiro, o Presidente da Câmara antevê "um caminho difícil para viabilizar" o recinto integrado no Parque Desportivo de Aveiro (PDA). "Vamos dissolver a empresa mas não podemos dissolver o Estádio. Tomara eu dissolver aquilo. O EMA é um 'activo tóxico'. Aquilo é uma enciclopédia de asneiras de gestão pública. Ainda tenho de gerir casos de proprietários de terrenos, onde está o EMA, que ainda não receberam nenhum dinheiro pela venda dos terrenos. Demolir o EMA teria um valor financeiro incomportável. Estamos a tentar encontrar boas soluções de gestão".

Neste contexto, Nuno Marques Pereira (PS), recordou o processo de construção do EMA. Foi uma decisão "unânime", disse. A decisão de construir o EMA e de desenvolvimento do Parque Desportivo com o envolvimento de um 'privado' "foi do PS, na altura, mas, reponha-se a verdade histórica porque as reuniões de Câmara e AMA ditaram que se tomassem decisões por unanimidade. À época a comunidade política aveirense votou por unanimidade essas decisões", referiu.