Festivais de Outono com programa alargado em Águeda e Aveiro.

O primeiro de dois concertos de Mário Laginha, a solo, durante os Festivais de Outono 2019 (FO 2019), promovidos pela Universidade de Aveiro, vai decorrer a 3 de novembro, em Águeda.

Até essa data o programa dos FO 2019 inclui ainda o concerto da Orquestra de Cordas do Departamento de Comunicação e Arte (DeCA) da UA, na Sé de Aveiro, e o concerto “Cantos do Fogo e do Gelo”, pelo Bando de Surunyo, em Águeda e Aveiro.

O primeiro concerto de Mário Laginha nos FO 2019 está agendado para 3 de novembro, a partir das 21h30, no Centro de Artes de Águeda.

O pianista tem articulado uma forte personalidade musical e a partilha da sua arte com outros músicos e criadores. Desde logo, com Maria João de que resultou mais de uma dezena de discos e muitas centenas de concertos em salas e festivais um pouco por todo o mundo.

Em finais da década de oitenta iniciou uma colaboração, que se mantém até hoje, com o pianista clássico Pedro Burmester, com quem gravaria um disco, e que seria alargada a Bernardo Sassetti em 2007, no projeto “3 pianos”, com a gravação de um CD e um DVD, além de uma dezena de concertos com fortíssima repercussão na crítica e no público.

Até ao seu inesperado desaparecimento, Bernardo Sassetti foi, de resto, um parceiro e cúmplice de Mário Laginha em muitas dezenas de concertos e em dois discos gravados, o último dos quais dedicado à música de José Afonso.

Com uma sólida formação clássica, Mário Laginha tem escrito para formações tão diversas como a Big Band da Rádio de Hamburgo, Big Band de Frankfurt, a Orquestra Filarmónica de Hannover, Orquestra Metropolitana de Lisboa o Remix Ensemble da Casa da Música, o Drumming Grupo de Percussão e a Orquestra Sinfónica do Porto. Tem tocado, em palco ou em estúdio, com músicos excecionais como Wolfgang Muthspiel, Trilok Gurtu, Tcheka, Gilberto Gil, Lenine, Armando Marçal, Ralph Towner, Manu Katché, Dino Saluzzi, Kai Eckhardt, Julian Argüelles, Steve Argüelles, Howard Johnson ou Django Bates.

Compõe também para cinema e teatro.

 

Orquestra de Cordas do DeCA na Sé de Aveiro

 

A Orquestra de Cordas do DeCA apresenta-se a 31 de outubro, a partir das 21h30, na Sé de Aveiro, sob direção de André Cabral da Fonseca, concertino da Orquestra Filarmonia das Beiras e professor de violino na UA.

Esta orquestra é composta pelos alunos da Licenciatura e do Mestrado em Música da UA e a sua atividade faz parte dos planos curriculares dos respetivos cursos, com o objetivo de oferecer aos alunos formação em contexto de prática de conjunto, abordando repertório específico para cordas, juntando-se em certos momentos do ano letivo com a orquestra de sopros e com o coro para abordarem também o grande repertório orquestral sinfónico e coral-sinfónico.

André Cabral da Fonseca é concertino da Filarmonia das Beiras desde julho de 1998 por convite do então Maestro titular Fernando Eldoro, tendo dado mais de 1000 concertos nestas funções em Portugal, Espanha e França.

Desde 1994 que desempenha funções docentes em diferentes escolas, sendo de momento professor de violino no Conservatório de Música de Aveiro e professor de violino na Universidade de Aveiro. Teve as primeiras aulas de direção de orquestra com Max Rabinowitsj, tendo frequentado vários cursos de direção de orquestra orientados pelo Maestro Ernst Schelle. Teve aulas particulares com o maestro Jean Sebastien Bérreau. É doutorado em direção de orquestra pela UA e é, atualmente, o professor da orquestra de cordas da UA.

 

Música dos séculos XVI e XVII em Águeda e na Igreja das Carmelitas

 

O Bando de Surunyo (com foto) atua nos FO 2019 a 1 de novembro, a partir das 21h30, no Centro Cultural de Águeda, e dia 2 de novembro, também a partir das 21h30, na Igreja das Carmelitas, em Aveiro.

O Bando de Surunyo é um ensemble especializado na interpretação de música dos séculos XVI e XVII. O nome provém de um vilancico de negro, género poético-musical seiscentista português, cujo significado se supõe ser “bando de estorninhos”.

O projeto incide particularmente sobre repertório inédito albergado por fontes portuguesas abrangendo, porém, também música de além-fronteiras. A conceção interpretativa empreendida pelo Bando de Surunyo alicerça-se sobre a íntima relação entre som e palavra que emerge na música do Quinhentos e do Seiscentos, considerando as múltiplas funções que esta então desempenhava e as diversas leituras que a poesia proporciona: literal, teatral, histórica, simbólica, religiosa, política e filosófica.

 

Texto e foto: UA