O Núcleo Regional de Aveiro da Quercus – Associação Nacional de Conservação da Natureza realizou uma ação de vigilância noturna em pontos considerados "importantes para a conservação da natureza" na região de Aveiro. A ação decorreu na madrugada do passado sábado. Os colaboradores e voluntários da Quercus "realizaram percursos apeados e com recurso a veículos todo o terreno para detetar comportamentos de risco ou criminosos numa zona crítica, com elevado potencial de perigo de incêndio". A Quercus considera que, dadas as situações de risco existentes na região, "a vigilância contra fogos florestais deve constituir uma prioridade imediata de proprietários, associações de produtores florestais, proteção civil, autarquias, instituições públicas e forças de segurança". No decorrer da ação, os colaboradores da Quercus "foram-se deparando com uma série de obstáculos e situações de risco, nomeadamente a acumulação de lixo, entulho e ramada de eucalipto junto de caminhos, o incumprimento das distâncias entre as plantações e as vias de acesso, bem como a inexistência de aceiros". A Quercus "lamenta que a prevenção e a fiscalização continuem a ser praticamente inexistentes, e que a negligência e inação dos proprietários e das entidades públicas centrais e locais agravem as condições que facilitam a propagação dos fogos". "Verifica-se que nenhuma das medidas propostas foi adotada, nomeadamente o aumento da execução de faixas de gestão de combustível junto de caminhos, a diminuição das áreas ocupadas pelo eucalipto, a gestão da paisagem florestal em mosaico, a plantação de mais espécies autóctones e a aplicação de um plano para o controlo ou irradicação de espécies infestantes. Pelo contrário, constata-se que o previsível fim da lei da liberalização do eucalipto provocou uma corrida a esta espécie e à plantação de novas manchas de eucaliptal desordenado". Nos próximos dias 16 e 17 de setembro, o Projeto Cabeço Santo, o Centro de Ecologia Funcional da Universidade de Coimbra e a Escola Superior Agrária do Instituto Politécnico de Coimbra organizam um Campo de Trabalho Científico, em Belazaima do Chão, Águeda.