O Sindicato dos trabalhadores da Pesca do Norte assume que está preparado para mover oposição a um projeto de instalação de um viveiro de ostras na Murtosa se não forem dadas explicações aos pescadores que habitualmente operam na ria e que sentem o seu “ganha pão” em risco. A utilização do espaço marítimo é o tema sensível.
“Como sabemos, existem diversos viveiros na ria de Aveiro, mas recente os pescadores repararam que estão a ser transportadas estruturas para a implantação de mais um viveiro de ostras que, segundo as informações obtidas, ira abranger uma área de quase 14 hectares e que irá ser implantado precisamente numa zona que além de ser uma maternidade da ria, é um pesqueiro tradicional e importantíssimo para estes pescadores, nomeadamente de berbigão, ameijoa boa e navalha”.
O sindicato diz que, neste momento, os pescadores da ria de Aveiro já passam por dificuldades e que o avanço do viveiro pode arruinar a vida dos pescadores “a muito curto prazo” e lamenta que os interessados não tenham conhecimento do projeto.
“Esta situação poderá também pôr em causa a continuidade desta atividade piscatória para os atuais pescadores, mas também para as novas gerações, Portanto, não são só os recursos da ria e o seu futuro que estão em causa, mas também as milhares de pessoas que dependem desta atividade para viver”.
Está agendada para esta semana uma reunião com a Direcção Geral de Recursos Naturais, Segurança e Serviços Marítimos (DGRM) para esclarecer o projeto e se as respostas apontarem para a instalação dos viveiros os pescadores revelam estar preparados para assumir a sua oposição.