Marina da Barra: "É preciso muito dinheiro e ultrapassar questões ambientais" - Fernando Caçoilo.

2017-04-20 11:28

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O presidente da Câmara de Ílhavo espera que o mercado reaja e possa dar um futuro ao projeto da marina da Barra mas não acredita que seja no curto prazo.

Fernando Caçoilo fala de um processo antigo que não chegou a ser concretizado. Manifesta confiança no processo administrativo mas tem dúvidas quanto ao financiamento.

Defende que o aproveitamento das áreas de terreno disponíveis junto à marginal poderiam ajudar a reconfigurar o projeto que assentava muito nas zonas húmidas com construção na ria.

A última revisão do Plano Diretor Municipal de Ílhavo manteve a área de implantação de um projeto mesmo depois do chumbo determinado pelo Ambiente. A área prevista chegou a rondar os 58,14 hectares em Domínio Público Hídrico com capacidade para habitações, comércio, serviços de apoio, hotel e ancoradouro.

A Quercus contestou o projeto desde o início numa concessão que tinha a empresa Irmãos Cavaco no centro do consórcio e que numa fase inicial apresentava duas torres construídas na ria. Os ambientalistas aprovaram a ideia de ancoradouro mas rejeitavam o empreendimento imobiliário associado.

Em 2003 houve uma declaração de impacto ambiental desfavorável que travou o processo mas a concessão dava força à possibilidade de ressurgir uma nova ideia para a área classificada como Zona de Proteção Especial.

O processo moveu cidadãos contra o processo mas terá sido a crise económica a juntar-se às restrições ambientais a “congelar” o processo.

Braga da Cruz, atual administrador do Porto de Aveiro que já tinha passado pela administração, recordava nessa primeira passagem que os aspetos positivos sobrepunham-se aos negativos mas o assunto “desapareceu” do foco mediático.

Entrevistado, ontem, no âmbito dos 16 anos da elevação da Gafanha da Nazaré a cidade, Fernando Caçoilo considerou que mais do que as restrições de licenciamento o principal problema seria sempre o financiamento.

Na questão ambiental, o autarca vê como solução o aproveitamento de terrenos ainda desocupados na área nascente da Barra, junto ao acesso à antiga ponte que fazia a ligação ao Forte da Barra (com áudio).