O debate de candidatos à Câmara de Ílhavo centrou-se nas prioridades para o Município com a oposição a pedir contas à maioria PSD sobre o tipo de investimentos feitos.
A criação de condições para melhorar a mobilidade e a aposta nos modos suaves surgiu como a ideia que motivou a concordância das candidaturas. As vias cicláveis e os transportes públicos em detrimento do carro mereceram intervenções dos candidatos do PS, do PP, da CDU e do BE.
Foi dado o exemplo do desnivelamento da rotunda da Barra com os candidatos a perguntarem se seria ou não possível outras apostas com quase dois milhões de euros. Carlos Pedro Ferreira, do PP, entende que esse debate seria o necessário para evitar construções pesadas mas sem dar resposta aos novos modelos de desenvolvimento.
O candidato questiona o retorno de projetos como o edifício sócio-educativo da Costa Nova e defende que a relação custo/benefício não tem merecido análise prioritária no Município.
“Ideias que implicam menos obra no sentido físico mas um enfoque nas pessoas virado para a mobilidade, para o ambiente e o planeamento. As coisas têm que ser feitas de outra maneira. É preciso uma mudança radical”.
Nas ideias de futuro defende o aproveitamento das travessias da ria.
Eduardo Conde, do PS, teceu críticas à falta de investimentos em planos de pormenor e na qualificação das zonas industriais. Afirma que o mandato de Fernando Caçoilo ficou aquém das expetativas e não favoreceu uma cultura de participação democrática.
“Talvez porque estava expetante ou esperava mais em termos de diálogo e menos agressividade, não fiquei satisfeito com o mandato. Houve menos diálogo, mais agressividade, e a Assembleia Municipal foi menos democrática porque o presidente ficava pela rama. Temos uma abstenção enorme e com este afastamento acabamos por perder”.
O BE começou o debate com um elogio à transparência mas com críticas à falta de ideias práticas para a melhoria da qualidade de vida. Pedro Tavares diz que a aplicação de verbas não vai ao encontro das reais necessidades da população.
“No fim, com esfregadelas mais à Esquerda, conseguiu ter contas transparentes. Há transparência mas a nossa ver a aplicação do dinheiro não tem sido a mais adequada”.
João Coquim, da CDU, lamenta que hoje se fale em redução da dívida como bandeira quando a mesma maioria esteve na origem do aumento.
“Sabemos que era complicado fazer obra com os constrangimentos da dívida e da herança mas a dívida é dentro de uma Câmara do mesmo partido. Acho que era altura de não vangloriar muito a ideia de redução mas pedir desculpa aos munícipes por terem deixado a divida chegar aos montantes a que chegou”.
Fernando Caçoilo, do PSD, defende que a execução de fundos comunitários atrasou a conclusão de projetos mas tem preparada a ação para os próximos anos.
“Fazemos balanço positivo. Aliás, membros da AM frisavam esse balanço. Diziam na altura que os documentos demonstravam gestão equilibrada e eficiente, também com algum emagrecimento. Era o que dizia o Eduardo Conde, membro da AM. Apresentamos projeto de 8 anos devidamente enquadrado sabendo que os fundos se atrasaram significativamente”.
Os momentos mais quentes do debate estiveram centrados confrontação entre o candidato do PS, antigo militante do PSD, e Fernando Caçoilo. O atual autarca diz que Eduardo Conde apoiou as decisões tomadas enquanto membro do PSD na Assembleia Municipal. Conde lembra que alertou o autarca para a redução do IMI em tempo útil e lembra que votou muitas vezes contra o próprio partido (com áudio).