Nuno Quintaneiro Martins diz que o Beira-Mar deve retirar todas as lições do modelo de SAD falhado para poder relançar a discussão sobre futuras parcerias quando regressar ao futebol profissional.
O advogado e dirigente que vive por dentro o momento da descida aos Distritais como forma de livrar o clube das ameaças externas, revela que a sentença do Tribunal de Anadia que definiu a falência da SAD como danosa acaba por dar razão às decisões do clube.
“Agora, no que ao SC Beira-Mar diz respeito, penso que esta sentença tem um alcance histórico e futuro muito importantes. Primeiro, valida a decisão da direção do clube da qual fiz parte de recusar o PER que a SAD apresentou em 2015 - situação que me valeu ameaças de morte por parte de investidores, algumas inimizades junto de alguns ex-funcionários da SAD e até algumas chatices com algumas pessoas dentro do clube e de entidades com responsabilidades na cidade que não viam mais vida para além da SAD. Aquela entidade estava transformada num cancro que estava a matar o clube e este tinha que ser combatido com rapidez e eficácia para que se salvasse o clube. Assim o fizemos e disso me orgulho”.
Quintaneiro admite que dificilmente os credores, entre os quais o próprio clube, terão possibilidade de resgatar os valores reclamados mas acentua as lições como algo que pode ajudar a construção de soluções mais sustentadas.
“Depois, no que ao futuro diz respeito, que sirva de lição para que, antes de voltarmos a meter alguém dentro de casa, saibamos bem quem estamos a meter e ao que vem. Que ninguém duvide que este tema da SAD/SDUQ vai ter que voltar para cima da mesa em breve e por boas razões. A ascensão do futebol sénior do clube e a perspetiva dum regresso breve às competições profissionais assim o exigirá”.
O Beira-Mar espera pela extinção da SAD para poder libertar-se dos constrangimentos que ainda enfrenta e que o inibem de receber quaisquer apoios financeiros de entidades públicas.