Rede europeia anti-pobreza pede compromisso e diz que combate à pobreza deve ser "prioridade das prioridades".

2020-06-23 10:35

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A rede anti-pobreza de Aveiro faz eco do encontro dos representantes da EAPN Portugal/Rede Europeia Anti Pobreza com o Presidente da República.

Jardim Moreira, presidente da rede, e Sebastião Feyo de Azevedo, reitor da Universidade Portucalense (em representação do Conselho Social Nacional da EAPN Portugal) encontraram-se, no Palácio de Belém, com o Presidente da República para lhe entregar uma “Carta aberta aos poderes políticos sobre a Pobreza em Portugal”, onde  se sustenta que o combate à pobreza deve ser a "prioridade das prioridades" do País.

O documento, redigido pelo Conselho Social Nacional da Rede Europeia Anti Pobreza, acentua os efeitos da pandemia no agravamento da vulnerabilidade dos grupos mais desfavorecidos da sociedade portuguesa, “reforçando, infelizmente, que a pobreza é, indubitavelmente, o principal problema do País”. 

“É essencial que as entidades sobre as quais recai a responsabilidade de enfrentar o problema não tenham dúvidas em defini-lo como tal - a prioridade das prioridades. Aliás, o esforço redistributivo da proteção social nos últimos anos conseguiu reduzir algumas desigualdades e é o sinal mais claro e evidente do caminho que deve ser trilhado e revigorado”, lê-se no documento.

O conceito de pobreza e os mecanismos de combate estão a ser questionados e a rede defende que é necessário mudar de estratégia.

“Pensamos que não tem sido considerado que a pobreza tem causas multidimensionais, e não basta apenas uma resposta monetária. O conceito de pobreza multidimensional refere-se à experiência e ao impacto da pobreza no percurso de vida das pessoas. As pessoas experienciam a pobreza como uma série de privações, não apenas como ‘dinheiro insuficiente’ – ou outras coisas, mas experiências, oportunidades, serviços e ambientes que outras pessoas aceitam como normais. Estas privações podem incluir desemprego e baixa intensidade laboral, recursos financeiros, acesso a educação de qualidade e a cuidados de saúde, integração social, apoio familiar, condições de alojamento e residência” explica Jardim Moreira.