Proprietária de canil ilegal em Santa Maria da Feira agredida esta tarde na rua.

2020-07-21 15:55

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Uma proprietária de um canil ilegal em Santa Maria da Feira foi agredida esta terça-feira. Um grupo de pessoas parou o veículo onde a mulher seguia com vários animais e agrediu-a. A GNR está no local. Vários elementos do IRA também já se deslocaram para as imediações do canil ilegal em Canedo.

Depois do resgate de vários animais no canil ilegal na Serra da Agrela, em Santo Tirso, as atenções dos amigos dos animais viram-se para outro canil ilegal existente, há vários anos, em Canedo, Santa Maria da Feira. A dona do terreno e fundadora do canil diz ter sido agredida pelos ativistas dos direitos dos animais, esta terça-feira à tarde, e que foi obrigada a parar a carrinha que conduzia quando fazia o transporte de seis cães.

Segundo Berta Brazão, que alertou a GNR para a possível invasão do espaço quando se apercebeu da mobilização nas redes sociais de ativistas, a carrinha ficou danificada e seis cães foram levados. "Eram cães que levava para os donos. São pessoas que querem protagonismo e não o bem-estar dos animais. Fui agredida", acusou.

Nas redes sociais circulam vários apelos para que os defensores dos animais se desloquem para o canil de Canedo, pertencente à Associação DZG Canedo - Ajuda Animal Sem Fronteiras, como forma de protesto e há, ainda, quem apele ao "resgate" dos animais. A fundadora do canil diz, por seu turno, que os contestatários deveriam convergir as energias para exigir junto do governo um programa "massivo de esterilização dos animais".

O vereador da Câmara Municipal da Feira, Vítor Marques, confirma que este local de recolha dos animais "está ilegal" e que há vários anos a autarquia tem tentado minimizar o problema, encontrando alternativas de adoção. "Tem havido articulação da autarquia com associações de defesa animal. Havia cerca de 150 animais e agora estão lá pouco mais de 50 e em melhores condições", referiu. Confirma que existem "vários processos crimes a decorrerem nos tribunais", considerando que cabe, agora, ao Ministério Público, promover alguma ação mais concreta.

Vítor Marques informa que há, ainda, processo a decorrer na secção de urbanismo da autarquia devido à ilegalidade das construções ali efetuadas. Contudo, qualquer ação com vista à demolição das mesmas estará também pendente do acolhimento dos animais noutro local. "A situação preocupa-nos há muito tempo e temos por isso tentado diminuir o impacto das condições negativas nos animais", referiu o vereador.

Berta Brazão lembra que alguns daqueles animais estão já destinados a adoção. "Espero que não venham roubar os animais, porque isso só irá complicar a futuro deles", alertou. Afirma, ainda, ser necessário que todos os que contestam este tipo de instalações "se desloquem para as juntas de freguesia, câmaras municipais e Governo para exigir a esterilização massiva". "O ideal seria que não existisse necessidade de abrigos. Mas as pessoas deixam-nos os cães constantemente e tentamos dar-lhes as melhores condições possíveis", referiu.

 

 

 

 

 

 

 

 

Fonte: JN

Foto: CM