José Carlos Mota mobiliza cidadãos para "melhorar" ideia para o Rossio.

2018-06-04 12:30

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José Carlos Mota não está surpreendido com as reações à apresentação das ideias para o Rossio, em particular quanto às críticas ao perfil da ideia vencedora assinada pelo gabinete ARX.

O docente universitário, conhecido pela coordenação da plataforma da mobilidade sustentável na UA, ligado também a projetos como os orçamentos participativos, defende que tudo começou por um caderno de encargos que não deu a devida atenção ao sentimento dos aveirenses.

Ainda assim acredita que é possível “salvar” as ideias e promover um debate público capaz de aproximar o projeto desses anseios.

“Contudo, ainda estamos a tempo de transformar este exercício num processo amplamente participado e útil para melhorar o Rossio e dotá-lo das qualidades e benfeitorias que carece. Existem na nossa comunidade conhecimento, experiência e disponibilidade para que o Rossio seja planeado de uma forma exemplar, valorizando as qualidades ambientais, sociais e urbanísticas que dispõe e para tirar partido do enorme potencial de inovação, criatividade e experimentação que nesta cidade se respira”.É um dos autores do projeto “Em busca de uma solução para o Rossio”, “iniciativa colaborativa que pretende criar um espaço plural de reflexão, de registo de memórias, de partilha de evidências técnicas e científicas e de construção de ideias novas para o Rossio”.

José Carlos Mota explica que não se trata de um novo movimento cívico ou de uma plataforma mas um contributo para uma mobilização em prol de cidade “aproveitando o projeto que a autarquia está a produzir”.

O docente assume que a reação da comunidade Aveirense ao projeto para o Rossio era, de alguma forma, esperada.

“Como reconheceu implicitamente o Arquiteto Nuno Mateus (ARX Portugal Arquitectos) na sessão onde se conheceu a proposta vencedora do concurso de ideias, esta modalidade de planear territórios está longe ser a mais adequada. Os projetistas respondem a um caderno de encargos que não podem contrariar, gastam um tempo limitado de investigação o que não lhes permite um conhecimento adequado do objeto que querem transformar e fazem um trabalho solitário, sem qualquer contacto com a autarquia e com a comunidade”.

Mota diz que faltou uma “reflexão alargada” sobre o programa de concurso promovido pelo Município de Aveiro sem conseguir a “devida clarificação dos seus conteúdos, riscos e cuidados”.

“Uma eventual discussão pública do programa teria permitido receber contributos para definir o papel do Rossio na cidade e a sua relação com a envolvente (Bairro da beira-mar, antiga Lota, rua João Mendonça e ponte praça, rotunda do Marnoto e Alboi) e para aferir o que os cidadãos de Aveiro desejam para aquele espaço, o que os técnicos municipais, que há anos estudam aquele território, pensam e o que os atores económicos, sociais e culturais precisam”.

Os contributos serão partilhados numa plataforma (http://www.facebook.com/orossioaveiro/) onde se vai começar com os contributos sobre a história do local.