Investigadores da Universidade de Aveiro foram distinguidos com bolsas europeias no valor de 4 milhões de euros.

2019-12-10 21:10

Tópicos: 

Categoria: 

Concelho: 

Investigadores da Universidade de Aveiro foram distinguidos com bolsas europeias no valor de 4 milhões de euros.

Luís Mafra e Nuno Silva foram abrangidos pela atribuição de Bolsas de Consolidação do Conselho Europeu de Investigação.

Os dois investigadores do CICEC, Instituto de Materiais de Aveiro, laboratório associado da UA, reforçam o lote de bolsas que "premiam" a investigação aveirense.

Considerando este um “excelente resultado”, o Vice-reitor da UA para a área de investigação considera que esta notícia se enquadra na estratégia da atual equipa Reitoral que “pretende uma forte e crescente internacionalização da sua investigação e valorização dos seus investigadores”.

Este resultado, afirma ainda Artur Silva, “é uma consequência da excelente qualidade da investigação que se realiza na UA e do entusiasmo que muitos investigadores e responsáveis, desde a Reitoria às unidades de investigação, sem o qual este feito não tinha sido conseguido, mas também dos serviços de suporte que diariamente ajudam a construir esta atmosfera saudável de crescimento constante”.

“A aposta e suporte que temos vindo a dar vai continuar nas próximas candidaturas às bolsas ERC e a oferta que indicamos logo no início do mandato continua presente – quem obtiver uma bolsa ERC terá uma posição na UA. Estamos a apostar e a apoiar, e continuaremos, as candidaturas aos projetos do Horizonte Europa e às ações e Marie Curie”, esclarece ainda o Vice-reitor.

As bolsas atribuídas à UA foram duas das quatro bolsas atribuídas este ano a instituições portuguesas.

Neste concurso europeu, foram distinguidos 301 investigadores de 24 países, cobrindo um vasto leque de temas em ciências físicas e engenharia, ciências da vida, assim como nas ciências sociais e humanidades. A ERC recebeu, neste concurso, 2.453 bolsas.

Luís Mafra, 41 anos, investigador principal em espectroscopia de Ressonância Magnética Nuclear, é coordenador do projeto “Unveiling CO2 chemisorption mechanisms in solid adsorbents via surface-enhanced ex(in)-situ NMR” que mereceu o financiamento europeu.

Com este trabalho procura aprofundar a compreensão à escala molecular das interações nas superfícies gás-sólido, o que permitirá conceber materiais porosos com propriedades adsorventes melhoradas para captura de dióxido de carbono.

Luís Mafra concluiu o doutoramento, pelas universidades de Aveiro e de Caen (França), em 2006, ingressou no CICECO em 2007 e fez um pós-doutoramento no Max Planck Institut für Polymerforschung, Mainz (Alemanha), concluído em 2011.

Foi distinguido com os prémios Celestino da Costa/Jean Perrin (2006) e António Xavier-Bruker prize (2009).

Para este investigador da UA, a atribuição da bolsa significa “reconhecimento pelo trabalho desenvolvido, oportunidade e responsabilidade”. Durante os próximos cinco anos, a verba disponibilizada permitirá consolidar o grupo de trabalho, através da contratação de investigadores juniores e seniores de modo a fazer face aos desafios deste projeto multidisciplinar.

Nuno Silva, 42 anos, dedica-se ao desafio da representação em imagem da temperatura a três dimensões, sem fios, de modo a que seja possível a determinação da temperatura, por exemplo, durante a ablação de tumores pelo calor.

É esse o objetivo genérico do projeto, agora financiado, com o titulo “Rise of the 3rd dimension in nanotemperature mapping”. Nuno Silva trabalha como investigador principal no CICECO, desde 2008, no desenvolvimento de nanopartículas magnéticas, nanotermómetros e hipertermia.

Fez o doutoramento na UA (em 2006) e foi distinguido com uma bolsa do Conselho de Investigação Espanhol, enquanto investigador da Universidade de Saragoça (onde esteve de 2007 a 2009).

O investigador entende que a decisão da ERC representa “um grande desafio e, simultaneamente, um enorme compromisso de modo a que cada euro da verba disponibilizada se transforme em conhecimento com valor e em tecnologia proveitosa”. Nos próximos cinco anos esta bolsa ERC permitirá, também, a consolidação do grupo de trabalho contratando mais de 10 investigadores.

As bolsas ERC/Consolidação são atribuídas, por cinco anos, a investigadores notáveis de qualquer nacionalidade e idade, com sete a 12 anos de experiência após doutoramento e um currículo científico muito promissor.

O ERC (European Research Council), instituído pela União Europeia em 2007, é a mais importante organização para financiamento de investigação de excelência e temas de fronteira. O ERC atribui quatro tipos de bolsa: Iniciação, Consolidação, Avançadas e bolsas de Sinergia. Há ainda um quinto tipo, a Prova de Conceito que procura apoiar na passagem entre a investigação de ponta financiada com estas bolsas e as primeiras fases de entrada no mercado.

 

 

 

Texto e foto: UA