AFBV promove educação florestal pelas Artes.

2019-03-11 17:07

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Mais de 100 crianças do 1.º ciclo do Ensino Básico das escolas de Albergaria-a-Velha, Águeda e Anadia participam no projeto “Floresta Viva: Educação Florestal pelas Artes”. A iniciativa inovadora, promovida pela Associação Florestal do Baixo Vouga (AFBV), será apresentada publicamente na inauguração da ExpoFlorestal (17 a 19 de maio), em Albergaria-a-Velha.

Ao longo de seis sessões mensais, os alunos são sensibilizados para as questões florestais.

Temas como “O clima e a Floresta”, “Natureza e Biodiversidade da Floresta Portuguesa”, “O Homem e a Floresta”, “A importância da Água e o seu ciclo na Floresta”, “Cuidar da Floresta”, “Conceção de produtos e uso eficiente de recursos florestais” são trabalhados, através das Artes, por uma equipa de profissionais da AlbergARTE, associação cultural com mais de 20 anos de experiência.

“É uma forte aposta que fazemos na educação das novas gerações em que privilegiamos as Artes e as Emoções para a criação de laços afetivos com o nosso património florestal. É preciso conhecer para cuidar e porque acreditamos que todos juntos somos Floresta, o trabalho em rede com os municípios é crucial para termos uma Floresta Viva”, explica Luís Sarabando, da AFBV, responsável pelo projeto.

Com o acompanhamento de engenheiros florestais, os alunos, com idades entre os seis e nove anos, descobrem quais as espécies, animais e profissões que integram a realidade da floresta portuguesa. E através da música, ritmo e movimento, canto e escrita criativa dão forma ao espetáculo final, um teatro musical feito por crianças e dirigido a todas as idades, como explica Vítor Valente, da AlbergAR-TE, coordenador artístico. “Criamos um serviço educativo em que propomos outras perspetivas sobre as Artes. Há uma forte influência das histórias tradicionais que serviram de inspiração para que as crianças, com recurso à escrita criativa e conscientes da realidade da floresta portuguesa, escrevessem o guião. Vamos apresentar um espetáculo com força artística feito por crianças, mas que nada tem de infantil”, afirma.

O projeto foi muito bem recebido pelas escolas e o resultado, como afirmam as professoras, tem sido surpreendente. Para Anunciação Calado, professora do Centro Escolar de Arcos, em Anadia, as sessões são “um espaço privilegiado de desenvolvimento de competências importantes que vão além do saber veiculado nos programas institucionalizados”. Opinião corroborada por Susana Rocha, professora na EB1 de Travassô, Águeda: “Há uma forte aposta nas Artes e Emoções e os profissionais envolvidos trabalham o tema com uma grande garra. O resultado é a participação ativa dos alunos”, conclui. 

Em Albergaria-a-Velha, na freguesia da Branca, o projeto já começou a dar frutos entre os alunos. Quando questionados sobre o que gostariam de dizer à Floresta, a resposta de Tiago, de sete anos, foi um grande “obrigado por tudo aquilo que nos dá”. Por sua vez, Afonso, de nove anos, preferiu deixar um alerta: “a floresta está em perigo e precisamos saber mais para poder cuidar”. 

A apresentação do teatro musical irá decorrer durante a inauguração da ExpoFlorestal, a maior feira da floresta da península ibérica. A organização espera receber mais de 10 mil pessoas, entre as quais, alunos de diferentes escolas da região. O objetivo é que outras crianças, não abrangidas pelo projeto, assistam ao espetáculo e tenham acesso a mensagens positivas sobre a importância de uma Floresta Viva.