"Ílhavo não precisa de dois Partidos à esquerda que sejam siameses, mas muito menos precisa de um que se diz de esquerda, mas só na embalagem e no dia da eleição" - Sérgio Lopes.

2018-11-20 20:12

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O presidente da concelhia socialista de Ílhavo entende como “tentativa de afirmação pueril da autonomia do Bloco face ao PS” a posição assumida pelo deputado do BE na Assembleia Municipal e em texto no qual disse recusar ser “muleta” socialista.

Sérgio Lopes considera que a posição divulgada, esta terça, por Ricardo Santos pode também ser entendida como afirmação do deputado face ao "património político do Partido que representa".

“O PS não precisa de muletas, muito menos o sistema político local precisa de Partidos que não tenham a sua autonomia bem estabelecida. Ílhavo precisa de Partidos com acção consistente, ao invés do ziguezague da política de fim-de-semana que à sexta é uma coisa, ao sábado outra e ao domingo a síntese atabalhoada das duas anteriores”.

A crítica socialista surgiu a propósito da abstenção de Ricardo Santos na aprovação do IMI e nos argumentos aduzidos para justificar essa posição em linha com os argumentos da maioria Social Democrata.

"Ílhavo não precisa de dois Partidos à esquerda que sejam siameses, mas muito menos precisa de um que se diz de esquerda, mas só na embalagem e no dia da eleição. Depois de eleito, colonizado por um certo centrismo, manda às malvas a carta de princípios do Partido que representa e deixa os seus camaradas, e eleitores, órfãos de representação política”.

Sérgio Lopes recorre à ironia e desafia o deputado do BE a aprovar Plano e Orçamento na próxima sexta.

As declarações de Ricardo Santos estão a gerar desconforto entre aderentes do BE, em Ílhavo, onde não há concelhia formal mas um núcleo cuja voz ativa é a do deputado municipal.

Kevin Tavares que chegou a desempenhar esse papel de comunicar as ideias do BE já assumiu não se rever na posição do deputado municipal.

“Quero desde já demarcar-me desta posição. Não me revejo no teor destas declarações nem no papel que considero que o BE deve ter no nosso município. Por achar que a discussão politica em Ílhavo não precisa de ter a oposição em guerra, abstenho-me de comentar em público as posições e declarações acima descritas”.