Ílhavo: Autarquia lamenta "esquecimento" da Presidência da República na homenagem a Carlos Paião. (notícia actualizada às 15:45)

2020-09-21 11:36

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A Câmara de Ílhavo manifesta “regozijo” pela distinção, a título póstumo, de Carlos Paião com as insígnias de Comendador da Ordem do Infante D. Henrique, atribuída no final da semana passada pelo Presidente da República mas critica o esquecimento a que foi votada por Marcelo Rebelo de Sousa.

Tudo porque o presidente nem deu informação sobre o processo nem convidou a autarquia para a cerimónia.

“Face à solicitação e proposta apresentadas pelo Município e pelo facto de estar em causa um dos inquestionáveis ilustres ilhavenses, a Câmara Municipal lamenta que a Presidência da República não tenha tido, no mínimo, o respeito Institucional e o devido reconhecimento para com o Executivo neste momento e ato tão relevante para a cultura nacional e ilhavense, desencadeado formalmente pela Autarquia. A Câmara Municipal de Ílhavo entende que a Presidência da República, enquanto órgão máximo da Soberania Nacional, deveria ter demonstrado, neste caso, um maior respeito pela legitimidade democrática da Autarquia enquanto Poder Local. Mesmo que ocultado e desvalorizado, o Município de Ílhavo não deixará de dignificar o vulto e o papel cultural deste ilhavense por adoção, Carlos Paião”, sublinha nota da autarquia.

Quanto à homenagem considera que está colmatada uma lacuna sentida e que levou o município a lançar apelo ao Presidente da República.

O apelo tinha seguido para a presidência no dia 19 de Fevereiro deste ano no seguimento de um esforço desenvolvido por Nuno Gonçalo da Paula (autor da biografia de Carlos Paião) em conjunto com o Município e que culminou na proposta enviada, tendo como propósito assinalar os 40 anos do lançamento do primeiro disco e da profissionalização da carreira de Paião, tragicamente interrompida ao fim de uma década devido a um acidente mortal.

“Para a Autarquia, que sempre procurou manter vivas na memória coletiva as tradições, a cultura e as pessoas que notabilizaram e levaram mais longe o nome de Ílhavo e das suas Gentes, era notório que Portugal não tinha tido a oportunidade de prestar a sua homenagem a este notável autor e artista português, acarinhado pelo público que o consagrou e imortalizou”.