Aveiro acolhe Universidade de Verão da Esquerda Europeia.

2022-07-07 11:20

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A Esquerda Europeia junta-se em Aveiro este fim de semana.

O Bloco de Esquerda é o anfitrião da Universidade de Verão da Esquerda Europeia entre 8 e 12 de julho.

A guerra na Ucrânia e a viragem eleitoral em França são dois dos temas na agenda dos debates.

A Universidade de Verão da Esquerda Europeia arranca na sexta-feira à noite com um momento musical e os debates preenchem os três dias seguintes.

“É a terceira vez que a Universidade de Verão se realiza em Portugal, depois de já ter acontecido em Tavira e no Porto”, recordou Luís Fazenda ao Esquerda.net.

Esta iniciativa realiza-se anualmente em países diferentes.

“Era a nossa vez em 2020, mas devido à pandemia do covid-19 só agora se pode realizar”, explica o dirigente bloquista, justificando a escolha do Bloco pela cidade de Aveiro - as sessões decorrem na Escola Secundária José Estevão - por se tratar de “um espaço acolhedor para a liberdade de pensar e conviver”.

“Uma esquerda forte para parar as guerras imperialistas” foi o lema escolhido para o encontro.

Mas à esquerda, não só em Portugal como no resto da Europa, são várias as posições face à agressão de Putin à Ucrânia.

No caso dos partidos que compõem a Esquerda Europeia, essa questão não se coloca, pois a organização “condenou claramente a invasão e a guerra de ocupação que a Rússia desenvolve na Ucrânia”, afirma Fazenda.

A Universidade de Verão dedica a manhã de abertura aos painéis “As consequências da guerra para a esquerda: para onde vamos” e “A resposta da esquerda radical ao militarismo e à guerra”.

“Mas apesar de as orientações sobre o que fazer face ao conflito às portas da Europa não encontrarem unanimidade, todos temos claro o papel expansionista e militarista da NATO, perigando a segurança dos povos”, conclui o dirigente do Bloco.No último dia intervirá a economista política ucraniana Yuliya Yurchenko, investigadora na Universidade de Greenwich, num painel sobre democracia e o combate à extrema-direita, ao lado do dirigente bloquista Fabian Figueiredo que integra o grupo de trabalho da Esquerda Europeia sobre o tema.

A Universidade contará com intervenções de deputados, eurodeputados, autarcas e dirigentes dos vários partidos, além de dirigentes sindicais e ativistas sociais.

Entre eles estará Marisa Matias, que fará o discurso de boas-vindas e intervirá num painel dedicado à transição energética e combate às alterações climáticas, ao lado do coordenador da Rede de Sindicatos para a Democracia Energética - que junta organizações sindicais de 26 países de todo o mundo - e de dirigentes da esquerda da Hungria e Finlândia.

O eurodeputado bloquista José Gusmão irá intervir na sessão dedicada à economia política nas periferias europeias com o economista italiano Giuseppe Celi e a historiadora checa radicada na Finlândia Veronika Sušová-Salminen.

E a ativista pela justiça climática Andreia Galvão participará num plenário sobre a unidade das lutas socialista, feminista e ecologista, ao lado do sociólogo húngaro Attila Melegh, da socióloga francesa Gala Kabbaj, do Espaces Marx e da jovem deputada do PTB belga Amandine Pavet.“Para além de muitos temas sugeridos pela rede Transform! e pela Esquerda Europeia, onde claramente se destacam a guerra, as alterações climáticas ou o feminismo, introduzimos a uberização do trabalho, entre outros temas de diálogo”, refere Luís Fazenda.

O debate sobre uberização e luta de classes contará com a participação do deputado bloquista José Soeiro e da secretária-geral da Federação dos Trabalhadores dos Transportes Nórdicos, da Suécia.Porta-voz do PCF e diretor de campanha de Mélenchon fazem balanço da subida eleitoral da esquerda francesaIntervenção do eurodeputado da França Insubmissa, Michel Bompart, que dirigiu a campanha presidencial de Jean-Luc Mélenchon, e de Ian Brossat, porta-voz do Partido Comunista Francês.

Os dois partidos integraram a coligação NUPES formada após essa eleição, juntando também ecologistas e socialistas. Os deputados eleitos pela NUPES nas legislativas representam agora a segunda força política francesa.No último dia da Universidade, antes do encerramento com a presença de Catarina Martins e dos líderes da Esquerda Europeia e da Rede Transform!, Heinz Bierbaum e Conny Hildebrandt, realiza-se uma mesa redonda que irá juntar Mariana Carneiro, do Esquerda.net, a redatores de vários jornais, revistas e sites da esquerda espanhola, italiana, lituana, polaca, checa, húngara e romena.