Autarca de Anadia apoia protesto de agricultores e pede ao governo "preço mínimo" para a batata.

2017-08-16 08:18

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A presidente da Câmara Municipal de Anadia, Maria Teresa Cardoso, enviou uma missiva ao Ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Capoulas Santos, no sentido de sensibilizar o Governo para a necessidade de fixar o preço da batata na produção, como forma de minorar a crise que afeta os produtores.

No ofício, a edil dá conta dos vários problemas com que os agricultores se debatem neste momento, afirmando ter “direto conhecimento da crise atravessada pelos produtores, em especial os mais jovens”, e que “todo o avultado investimento em mão-de-obra e em bens diversos (equipamentos, materiais e outros produtos…), a que se somam os impostos” e, nalguns casos, “o arrendamento de terras, acaba por se traduzir em prejuízo ou numa receita que não compensa o trabalho do agricultor”, pois, o preço a que a batata “chega ao consumidor final supera em muito aquele que é pago ao produtor, registando-se, muitas vezes, uma diferença superior a 0,75 euros por quilograma”.

A autarca lembra, ainda, que “a Bairrada é uma região onde este tubérculo é, há muito, produzido em quantidade e qualidade, aqui existindo mais de 300 hectares de explorações agrícolas que têm a batata como produto principal”.

A presidente da Câmara está “solidária” com as preocupações e as reivindicações dos agricultores, considerando que “esta situação está a levar a que muitos dos jovens sintam um enorme descontentamento, conduzindo ao seu afastamento deste setor e ao desinvestimento nas terras”.

De recordar que, recentemente, a Confederação Nacional de Agricultura (CNA) promoveu, em Vilarinho do Bairro, Anadia, um encontro com os produtores de batata, onde o problema foi analisado e debatido.

Nessa reunião, em que Maria Teresa Cardoso participou, foram denunciadas, pela CNA, situações “em que o custo de produção é três vezes superior ao preço de venda aos intermediários, quase sempre grandes redes de distribuição”.

Para estes responsáveis, a única solução para resolver este problema passa “pela fixação do preço à produção o que irá permitir ter preços com que se possa trabalhar”.