Plataforma Cidades lança debate sobre futuro da ferrovia em Ovar.

2022-07-12 08:03

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A Plataforma Cidades lança um debate sobre o futuro da ferrovia em Ovar.

Trata-se de um fórum de debate sobre a modernização da linha do Norte, a alta velocidade, as ligações ao Porto de Aveiro e a reabilitação e modernização da linha do Vouga.

E os impactos para responder nas questões da habitação e emprego na região de Aveiro.

O Grupo de Reflexão Cívica, em parceria com a Assembleia Municipal e Câmara Municipal de Ovar, vai promover o encontro “A Ferrovia e Ovar – Oportunidades e Ameaças”.

Encontro no próximo sábado, dia 16 julho, no Salão Nobre dos Paços do Concelho.

Na Sessão da manhã, às 10h00, será apresentado o "objeto" de trabalho, suas "especificidades" e respetivos impactos, que serão debatidos pelos convidados e do que resultarão as "Questões Chave".

Na sessão da tarde, às 14h30, aberta a toda a comunidade, a organização e a mesa contextualizarão as "Questões Chave" que serão debatidas por Plataformistas, convidados e público presencial e remoto.

O Encontro encerra às 17h com a divulgação das conclusões.

De sublinhar que para a identificação impactos e questões chave, são esperados Autarcas, membros da Administração Regional pública, Empresários, Sindicalistas, representantes de IPSS e Associações.

Participam António Oliveira (Empresário, CEO da OLI e Presidente do Conselho Geral da UA); Carlos Borrego (Professor Universitário, ex-ministro do Ambiente); Teresa Sá Marques (Professora Universitária e Coordenadora do PNPOT e outros Planos); Domingos Tavares (Arquiteto; Docente e Presidente do Conselho Diretivo da FA-UP); Martim Costa (Arquiteto e Autarca) e Eduardo Pereira (Economista e Administrador da SCMO).

O Grupo de Reflexão Cívica considera que o Plano Ferroviário Nacional encerra questões decisivas para o futuro de Ovar.

“Será uma oportunidade decisiva para melhorar, quer as nossas vidas e as dos vindouros, quer o modo amigável como elas farão parte dos respetivos ecossistemas. Claro que tal Plano também traz ameaças. E essas – que ninguém duvide – se não forem bem compreendidas e atempadamente resolvidas serão, seguramente, causa de algum tipo de definhamento local e coletivo”, adverte a Plataforma Cidades.

Salvador Malheiro, presidente da Câmara Municipal de Ovar, considera que “a reflexão e o debate de ideias e projetos, através de grupos de cidadãos organizados e que dão a cara, é de extrema importância para o funcionamento da nossa democracia”.

O autarca vai falar no encerramento às 17h em conjunto com Pompílio Souto, Coordenador da PLATAFORMAcidades.

O presidente da Assembleia Municipal e antigo administrador do Porto de Aveiro, Braga da Cruz, já assumiu que se trata de um momento desafiante.

O gestor lembra que uma nova ligação entre Lisboa e Porto para comboios de velocidade elevada vai encurtar o tempo de viagem para 1h15m mas também aumentar a fluidez dos tráfegos suburbano e de mercadorias que irão permanecer na Linha do Norte.

Braga da Cruz admite que, a prazo, “Ovar irá beneficiar da quadriplicação da via até ao Porto, e, desejavelmente, até Aveiro”.

“Com estas alterações da infraestrutura ferroviária, e com a inerente melhoria das condições de circulação para os passageiros, as distâncias encolhem, pois com tempos de viagem menores, Ovar estará mais próximo de Lisboa, do Porto, de Aveiro”.

Braga da Cruz lembra que a reflexão estará no maximização do transporte.

“No que se refere ao transporte de mercadorias a pergunta é como fazer do transporte ferroviário uma vantagem competitiva para as empresas. As linhas do Norte e da Beira Alta integram o Corredor Atlântico das Redes Transeuropeias de Transporte e dispõem de pontos de transferência modal nos portos de Aveiro e de Leixões. Sabendo-se que o modo ferroviário, por si só, não é adequado ao transporte porta a porta, que deverá ser feito relativamente aos pontos de transferência modal ferro-rodoviária? E onde deverão estes ficar localizados?”

Braga da Cruz defende o aproveitamento da Linha do Vale do Vouga para fortalecer as relações no Entre Douro e Vouga.

“A pergunta que surge é se há a possibilidade de este eixo ferroviário ser aproveitado, melhorando o nível de serviço, e constituir-se como um facilitador nas deslocações entre os municípios do sul da Área Metropolitana do Porto e os do norte do Baixo Vouga”.