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Educação à Escuta

Com

Um programa da responsabilidade do CIDTFF da Universidade de Aveiro. Porque a diferença está na Educação e a Educação faz toda a diferença

mensagem sobre Edução e Ciência em tempos de COVID-19

13, Abril 2020

Nilza Costa, investigadora do CIDTFF da Universidade de Aveiro

Contacto: https://www.ua.pt/dep/person/10307625; nilzacosta@ua.pt

Uma mensagem da Edução e Ciência em tempos de COVID-19

Hoje fala-vos Nilza Costa, mulher reformada, cuja profissão foi sempre ligada à área da educação, nomeadamente na Universidade de Aveiro, onde ainda hoje mantém atividades de investigação no Centro “Didática e Tecnologia na Formação de Formadores” CIDTFF.

Temos sido bombardeados na televisão e noutros meios de comunicação social, e sem desprezar de forma alguma o seu importante papel, de notícias sobre a COVID-19. Da reflexão que tenho feito, em casa e em isolamento social há mais de 3 semanas, fez-me escolher duas ideias principais para esta minha conversa, certamente ligadas à minha atividade profissional.

A primeira relaciona-se diretamente com a Educação, não só a escolar, mas também a que acontece noutros contextos fundamentais para o seu desenvolvimento como é o caso das famílias. E sobre Educação, o que quero aqui realçar é a sua função única de transformar as pessoas. Faço-o em contraponto com uma ideia bastante generalizada de que a principal função da educação, nomeadamente da escolar, é de transmitir conhecimentos. Sem descorar obviamente o conhecimento, este, como tenho escrito em alguns textos (por exemplo, Costa, 2019), de pouco servirá se não se transformar em ações, comportamentos e atitudes dos aprendentes, nomeadamente de maior respeito por si, e por todos, e também pelo planeta em que vivemos. E aqui, sem dúvida, o conhecimento que aprendemos em contexto educativo irá constituir a sustentação para essas mudanças. A este propósito relembro as palavras do pedagogo brasileiro Paulo Freire, com uma obra prestigiada internacionalmente, mas lamentavelmente posta em causa por atuais dirigentes do seu país, quando afirma “A educação não muda o mundo, mas pode mudar pessoas, e são as pessoas que transformam o mundo”. Neste sentido, as atitudes, por exemplo, com as pessoas de mais idade, tão afetadas por esta pandemia, merecem todo o destaque. Não poderia deixar de referir uma excelente entrevista que abordou esta dimensão, pelas palavras de Maria do Céu Neves, professora catedrática de Ética da Universidade dos Açores, há alguns dias num canal privado da nossa televisão (ver em https://tvi.iol.pt/programa/ana-leal/5bec51560cf26bfdcaedf1f9/videos/--/--/video/5e7d1d300cf2d5f7c67b86b6/1). De referir, ainda, que estas atitudes devem obviamente ir para além do momento que vivemos, e mesmo fazer repensar outras como por exemplo a reduzida taxa de participação nas eleições no país? O que esta crise nos tem mostrado quanto às diferenças entre países com um serviço nacional de saúde (SNS) e outros não, como por exemplo os EUA? A opção por um SNS é política, e cada a cada um de nós, pelo seu direito ao voto, manifestar-se pela sua continuidade. 

A minha segunda ideia é sobre a Ciência e a importância que lhe tem sido dada pelos meios de comunicação na crise em que vivemos. A Ciência produz conhecimento rigoroso e credível e este deve ser valorizado não só entre cientistas, mas pela sociedade em geral. E isto tem sido feito agora! Quem não aguarda ansiosamente por notícias rigorosas sobre os comportamentos a adotar na pandemia? Quem não aguarda ansiosamente pela vacina para combater este vírus? Perguntarão talvez porque me refiro a isto, como se a Ciência e o conhecimento que ela produz alguma vez tenha sido desvalorizado… Quem trabalha em investigação na área da Educação sabe bem que nem sempre isso aconteceu… lembram-se dos “eduqês”, palavra com caráter pejorativo tantas vezes ouvida? Pois bem, em várias situações ela foi utilizada para denegrir o conhecimento produzido por especialistas no domínio da investigação em educação, que tanto do seu tempo dedicam na busca de propostas fundamentadas para a melhoria da educação. Termino desejando que estas minhas palavras façam sentido para vós, e com a certeza de que juntos, com atitudes corretas e com o contributo da ciência, venceremos esta pandemia!

Bibliografia:

Costa, N. (2019). Currículo e desenvolvimento curricular no subsistema de ensino não superior: tendências e desafios. In INIDE-MED (Org.). Jango de sabres e experiências curriculares, 2019 (Angola, Brasail, Moçambique e Portugal). Luanda: Mensagem Editora. 

Nilza Costa

11 de abril de 2020

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